Uma equipa do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho concluiu que o aumento benigno da próstata deve-se à falta do neurotransmissor serotonina, dificultando o fluxo da urina e o esvaziamento da bexiga. Esta descoberta portuguesa acaba de ser publicada na conceituada revista “Scientific Reports”, do grupo Nature. É a primeira vez que se percebe a origem desta doença, chamada “hiperplasia benigna da próstata”, que afeta mais de um terço dos homens a partir dos 60 anos.
Os investigadores do ICVS analisaram modelos animais e linhas celulares e perceberam que a presença de serotonina inibe o crescimento benigno da próstata. Isso sucede porque se diminui a expressão do recetor de hormonas sexuais masculinas, como a testosterona. A experiência com ratinhos demonstrou que, ao ser-lhes retirada a serotonina, a próstata aumentava de tamanho. Os resultados apontam para novos alvos terapêuticos nesta doença, nomeadamente a aplicação de fármacos que ativem o recetor da serotonina, inibindo o crescimento benigno da próstata.
O estudo foi realizado por Emanuel Carvalho-Dias, Alice Miranda, Olga Martinho, Paulo Mota, Ângela Costa, Cristina Nogueira-Silva, Rute S. Moura, Riccardo Autorino, Estêvão Lima e Jorge Correia-Pinto, todos do ICVS e Escola de Medicina da UMinho, sendo alguns deles também do Hospital de Braga, tendo ainda a parceria de cientistas do Centro Max Delbrück de Medicina Molecular (Alemanha).