Sandra Garcês, reumatologista do Hospital Garcia da Horta, em Almada, desenvolveu um modelo de otimização terapêutica que promete ajudar o Serviço Nacional de Saúde a poupar até 20 milhões de euros por ano.
Sandra Garcês, reumatologista do Hospital Garcia da Horta, em Almada, desenvolveu um modelo de otimização terapêutica que promete ajudar o Serviço Nacional de Saúde a poupar até 20 milhões de euros por ano.
Um algoritmo que pode fazer a diferença. A reumatologista Sandra Garcês, vencedora do Prémio Investigação Clínica da Pfizer desenvolveu um algoritmo para otimizar a terapêutica a doentes com artrite reumatoide, patologia que afeta, principalmente, as articulações.
Em declarações à Lusa, a médica do Hospital Garcia da Horta, disse acreditar que com este método é possível fazer um tratamento eficaz e personalizado aos doentes e poupar 20 milhões de euros anuais no Serviço Nacional de Saúde.
O algoritmo, “de apoio à decisão clínica”, avalia a quantidade de medicamento no sangue e a presença de anticorpos contra fármacos biológicos bloqueadores de moléculas inflamatórias.
Ao longo de um ano, o modelo foi testado em 105 doentes que tiveram uma “probabilidade de resposta à terapêutica cerca de dez vezes superior”, em relação a outros pacientes.
Sandra Garcês explica que o algoritmo pode ser aplicado a outras doenças crónicas inflamatórias, também elas incapacitantes, que são tratadas com os mesmos medicamentos, como as espondilartrites – artrite reativa, artrite da psoríase – e as artrites associadas a doenças inflamatórias do intestino, colite ulcerosa e doença de Crohn.
De acordo com a investigadora, muitos dos doentes, que respondem bem à terapêutica, têm sem necessidade “concentrações plasmáticas de fármaco muito elevadas, muito superiores às que estão preconizadas”.
A investigação do algoritmo iniciou-se em 2008 no âmbito de um programa de doutoramento financiado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência. O próximo passo vai ser testar e validar a dose mínima de medicamentos para cada doente.