No estudo que será publicado em julho no “Journal of Immunology”, os investigadores André Raposo, David Trudgian e Benjamin Thomas apontam a existência de potenciais proteínas antivirais que podem contribuir de forma determinante para o desenvolvimento de tratamento contra o HIV.
“Vamos mostrar que a ativação das células primárias humanas anula as fases iniciais da reprodução do HIV alterando as células do vírus”, explicam os investigadores num comunicado enviado à agência Lusa.
O cientista licenciado em bioquímica pela Universidade de Coimbra e com doutoramento na Universidade de Oxford, Inglaterra, explora, juntamente com os colegas, a capacidade imuno-reguladora que os linfócitos (glóbulos brancos) têm em diminuir a infeção do HIV nos macrófagos, células que intervêm na defesa do organismo contra infeções
“Acreditamos que os macrófagos são as primeiras células do sistema imunitário a serem infetadas pelo vírus. No entanto, este não induz a morte destas células, residindo dentro delas durante largos períodos de tempo”, explica André Raposo, em declarações à revista Ciência Hoje.
Estas células transmitem assim o vírus a outras células, como os linfócitos, que acabam por não resistir à infeção.
A equipa de investigadores foi capaz de identificar as proteínas que reduzem a capacidade de defesa das moléculas contra as infeções, o que permite alterar, em laboratório, as características das células e tornando-as menos suscetíveis a contaminações.
André Raposo, disse à revista científica que acredita que esta descoberta “é um contributo da ciência para o desenvolvimento de vacinas efetivas contra o HIV”.
[Notícia sugerida por Fátima Leão, Vítor Fernandes e João Pereira]