Luís Correia, Presidente da InovCluster – Associação do Cluster Agro-Industrial do Centro, admite que este cluster é único porque “tem à sua volta um verdadeiro ecossistema agroalimentar. Apesar de estar localizado no interior, este fator não tem sido impeditivo para que a InovCluster concretize com sucesso a sua estratégia e respetivo plano de atuação”. Aliás, este responsável afirma ter sido um fator favorável, “na medida em que o tecido empresarial do interior é maioritariamente constituído por micro e pequenas empresas, com estruturas de recursos humanos pequenas e que precisam de apoio ao nível da internacionalização, inovação e desenvolvimento de novos produtos”.
O trabalho da InovCluster começou, numa primeira fase, com base num programa de ação que correspondeu à criação da Estratégia de Eficiência Coletiva (EEC). Durante este período, e com o apoio do Município de Castelo Branco, o cluster consolidou a sua rede de associados e, numa segunda fase, a partir de 2015, a InovCluster assumiu a sua estratégia para 2020. “Para se adequar às necessidades da região e do setor, tendo por base as realidades agroalimentares a nível regional, nacional e internacional, às orientações e prioridades relevantes para o futuro, tanto ao nível do setor como ao nível dos processos de clusterização”, foi feita uma aposta na internacionalização das empresas, na cooperação internacional, na inovação e no desenvolvimento de novos produtos, refere o Presidente.
Na prossecução destes objetivos, foi indispensável a articulação com outros clusters agroalimentares nacionais e o estabelecimento de parcerias estratégicas com outras entidades, como a PortugalFoods, AgroCluster e PortugalFresh, formalizadas sob a forma de consórcio – o Portuguese AgroFood Cluster, reconhecido pelo atual Ministério da Economia.
Em termos internacionais, o reflexo da atividade da InovCluster verificou-se com o reconhecimento como cluster de excelência, tendo recebido o selo de ouro pela ECEI – European Cluster Excellence Initiative.
Tendo começado a sua atividade com 36 sócios fundadores, a InovCluster tem atualmente 182 associados, entre empresas, associações e/ou cooperativas, municípios, instituições de ensino superior e de I&D.
Com agro-recursos singulares e de qualidade, ativa na preservação da biodiversidade e da diversidade paisagística dos seus espaços agrícolas e rurais e na competitividade dos sistemas produtivos locais e regionais, a Região Centro tem razões para se afirmar no panorama nacional, mas também ibérico e europeu como uma zona líder nas fileiras agroindustriais. Neste sentido, a InovCluster tem a missão de analisar e acompanhar o estado da arte do setor agroindustrial; promover e enquadrar projetos nacionais estruturantes e complementares do setor; dinamizar e promover candidaturas a incentivos nacionais e internacionais e aos programas quadro da União Europeia; articular iniciativas e projetos do setor agroindustrial e promover a representação nacional em eventos internacionais relevantes para o setor. Além disso, a divulgação e disseminação de resultados de projetos relevantes para o setor; a promoção de formação avançada; e a transferência de conhecimento entre os sistemas académico/científico nacional e o mundo empresarial são outros papéis essenciais desenvolvidos pela InovCluster. Esta plataforma também tem o objetivo de contribuir para a criação de condições para o desenvolvimento, atração e fixação de recursos humanos altamente qualificados; dinamizar a adoção pelas empresas das certificações mais relevantes e criar mecanismos de avaliação que permitam garantir projetos de qualidade alinhados com as prioridades das políticas nacionais e internacionais entre os seus associados.
O facto de estar sediado no CATAA – Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar, em Castelo Branco, faz com que a InovCluster assuma “uma relação de complementaridade, podendo as empresas e os empreendedores usufruir das valências que a InovCluster coloca à sua disposição”, acrescenta o Presidente da entidade.
Contam ainda com o apoio do CEi – Centro de Empresas Inovadoras, a Central Meleira, o Centro de Criação de Abelha Rainha e a Unidade de Transformação de Figo da Índia – unidades fulcrais para a definição deste polo de atratividade para as empresas do setor agroalimentar e para a cidade de Castelo Branco.
No âmbito das oito fileiras que dinamiza – hortofrutícolas, carnes, cereais, lácteos, mel, peixes, azeite e vinho, a InovCluster tem já bons exemplos de produtos inovadores desenvolvidos por alguns dos seus associados, em resultado de uma aposta forte em atividades de IDI e de cooperação entre várias organizações do setor agroindustrial regional. Entre eles: bombons de vinho (CacaoDivine), Presidentes – babás em calda de água ardente (Dayana), empadas com recheios inovadores (Beira Salgados), compota de laranja e café (Rita Santa Cruz), sobremesas congeladas (Maxiprimus), condimentos com farinha de shiitake e paté de shiitake (Cogumelos da Xica), mel prensado (Claro’s Apicultura), tempura Espiga e gama de tortilhas (Fábricas Lusitana), cogumelos prontos a crescer (Gumelo), óleos essenciais (Proentia), linha de cosmética de ervas aromáticas autóctones da Beira Baixa (Aromas do Valado), sumos e polpas de fruta (Nutrigreen), geleia de pétalas (Prisca Alimentação), ketchup de beterraba e nabo e chutney de castanha (Zêz), presunto de perú (Quinta dos Fumeiros) e enchidos de aves (Fumeiros da Guarda). Na fileira dos laticínios, a InovCluster conta com vários produtores de queijos DOP, destacando-se ainda o queijo Kosher (Bráz & Irmão), o apreciado queijo com presunto (Queijaria Almeida) e ainda o queijo de ovelha d’Anno (Ilegal) com 12 meses de cura.
Contudo, e de acordo com Luís Correia, “integram também o cluster empresas de setores complementares que, não sendo o core da nossa estratégia, aportam valor às fileiras alimentares. Referem-se, a título de exemplo, entidades que desenvolvem software para o setor agroalimentar, empresas que trabalham o setor aplicado no processo de conservação de alimentos ou empresas na área da logística e do transporte”.
O responsável sublinha que, apesar da InovCluster ter o seu epicentro em Castelo Branco, a sua “a sua atuação estende-se pela região centro, alcançando inclusive as extremidades do país” porque, “quer em número de associados, número de mercados em que entramos e atraímos para as empresas, quer em números de produtos inovadores acompanhados e de empreendedores redirecionados em função da inovação e das principais tendências agroalimentares, bem como o seu alinhamento com a RIS3 – Estratégia de Especialização Inteligente da Região Centro”, tudo são “indicadores favoráveis que nos permitem consolidar e evidenciar o alcance do balanço positivo destes oito anos de funcionamento”.
De acordo com as unidades de intervenção da EEC (+cooperação, +financiamento, +incentivos, +empreendedorismo, +IDI, +comunicação e +internacionalização), a InovCluster tem organizado várias ações de prospeção e promoção em mercados internacionais; representações portuguesas em missões e feiras internacionais e conferências, workshops, seminários e sessões de B2B para facilitar contactos e troca de conhecimentos entre vários players nacionais e estrangeiros. A destacar a i9agri – I Feira de Inovação Agroalimentar e III Congresso Internacional InovCluster, que decorreu em maio deste ano.
Início Atividade
2009
Localização
Edifício Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar, Castelo Branco
Nº Associados
182 associados: 147 empresas, 15 associações/cooperativas, 8 municípios, 7 instituições de ensino superior e 5 instituições de I&D
Nº empregos criados
2646
Website
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