O presidente do Consórcio Europeu de Hemofilia (ECH, na sigla original) encontra-se em Portugal para a conferência que se realiza em Lisboa sobre o tema, esta semana, e alertou para a necessidade de centralizar os cuidados de saúde para estas patologias.
“Portugal está atrás do resto da Europa, quando um centro especializado pode reduzir para metade as hospitalizações. A ideia é que o doente tenha aconselhamento telefónico 24 horas por dia e que vá ao centro uma a duas vezes por ano, podendo ser acompanhado seguindo um protocolo no hospital mais próximo”, declarou Ad Veldhuizen ao jornal Público.
Além disso, a implantação destes centros em Portugal – cuja data de arranque e local de instalação não foram ainda confirmados pelo Ministério da Saúde – poderia reduzir os custos com os medicamentos.
Veldhuizen assegura que com profilaxia um doente “pode levar uma vida quase normal” e “ganhar muito em qualidade”. A mesma posição é reiterada por Brian O´Mahony, presidente da Associação Irlandesa de Hemofilia: “O que não queremos é ir para um hospital que vê dois doentes destes por ano e que não sabe como nos tratar”, disse ao Público.
A hemofilia é uma doença crónica e uma deficiência orgânica congénita no processo da coagulação do sangue. De transmissão genética, aparece quase exclusivamente nos indivíduos do sexo masculino e caracteriza-se pela ausência ou acentuada carência de um dos fatores da coagulação.
Por este motivo, a coagulação é mais demorada ou inexistente, provocando hemorragias frequentes, especialmente a nível articular e muscular.