O estudo do IGC revela que “uma das proteínas que regula o esqueleto da célula também influencia a ativação de genes que promovem a sobrevivência e proliferação das células”, o que permitirá compreender melhor de que forma os genes de proliferação são indevidamente ativados, dando origem a tumores.
“À medida que um embrião se desenvolve, as suas células multiplicam-se e os órgãos crescem. Para que os órgãos não ultrapassem as dimensões do corpo em que se encontram, o seu crescimento é rigorosamente controlado, a vários níveis. Um dos principais reguladores é o complexo Hippo”.
Na ausênica da atividade de Hippo os órgãos crescem mais do que é suposto e, conforme explica a equipa de investigadores em comunicado, “este crescimento anómalo e extemporâneo pode levar à formação de tumores”, na fase adulta.
O grupo de Florence Janody conseguiu perceber que Hippo também é regulado pelo esqueleto da célula (citoesqueleto), mais propriamente por uma das suas proteínas, que em Inglês tem o nome de actin-capping protein.
Através de experiências realizadas em larvas da mosca da fruta, os investigadores mostraram que quando as actin-capping proteins são inativadas “há um crescimento excessivo na zona do embrião, formando-se estruturas semelhantes a tumores”.
Segundo explica Florence Janody em comunicado, “os resultados mostram que, para evitar crescimento anormal em larvas de mosca da fruta, o citoesqueleto tem que estar finamente regulado: basta uma ligeira desregulação e o equilíbrio é alterado, levando à proliferação celular, nem sempre desejada”.
“É previsível que o que descobrimos possa ajudar a desenhar estratégias para manipular este processo em células humanas, com vista à prevenção de tumores, ou à sua progressão”, acrescenta a investigadora.
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[Esta notícia foi sugerida por Raquel Baêta]