Em Caracas, na Venezuela, dois músicos portugueses aguçaram a curiosidade de centenas de espetadores com a guitarra portuguesa. No fim do recital, protagonizado pelo solista Ricardo Dias e por Luís Ferreira, foram várias as perguntas que se espalhara
Em Caracas, na Venezuela, dois músicos portugueses aguçaram a curiosidade de centenas de espetadores com a guitarra portuguesa. No fim do recital, protagonizado pelo solista Ricardo Dias e por Luís Ferreira, foram várias as perguntas que se espalharam pelas redes sociais sobre o instrumento luso.
Inserido no âmbito das comemorações do Dia da Europa, organizadas pela delegação da União Europeia, em parceria com a Embaixada de Portugal na Venezuela, o recital contou com uma “recetividade absolutamente excecional”.
“Nota-se que as pessoas gostaram”, avança Ricardo Dias, que apresentou a guitarra portuguesa ao público venezuelano. “Temos que fazer um esforço para tentar divulgar este instrumento em palcos que não sejam os nossos palcos habituais, dando-o a conhecer como instrumento próprio que temos em Portugal”.
Para o músico português, “a guitarra portuguesa não é muito divulgada como instrumento solista”, sendo “muito raro aparecer em locais que não seja em Portugal”. Agora, o convite enderaçado aos músicos portugueses visava a primeira participação portuguesa no Festival Europeu de Solistas.
“É a primeira vez que Portugal participa, pelo que decidimos desde logo participar com algo diferente”, conta Gonçalo Capitão, adido cultural da Embaixada de Portugal, em Caracas, à Lusa. “Por norma, o que se traz aos espetáculos são cantores líricos, pianistas ou violinistas. Mas nós quisemos participar com uma coisa claramente nossa”.
Por isso, a escolha recaiu sobre um recital instrumental de Coimbra, onde Ricardo Dias é responsável pela guitarra portuguesa e Luís Ferreira pela viola acústica. “Têm tido uma receção muito entusiástica”, conta o responsável. “Já atuaram no Centro Cultural de Chacao e foram a duas estações de rádio, que, desde logo, começaram a receber mensagens a perguntar que tipo de instrumento era aquele”.
Além disso, “foram também à Casa Amarilla, atual sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde deram um concerto, tendo sido saudados de uma maneira especial e convidados a regressar”.
A visita dos músicos à Venezuela começou no dia 7 de Maio e prolonga-se até ao próximo dia 16, sendo que o programa prevê a realização de três concertos em clubes portugueses das cidades de Caracas, Valência e Puerto Ordáz.
Segundo Gonçalo Capitão, para os próximos concertos, em clubes lusos, os músicos “aceitaram o desafio não só de ir pelas comunidades, mas tocar fado de Lisboa, para dar uma oportunidade aos cantores lusodescendentes de participar e de mostrar o seu talento”.