É comum a ideia de que os futebolistas têm de "sacrificar-se" pela camisola. Porém, o guarda-redes do clube norte-americano FC Dallas levou mais longe essa crença e não hesitou um instante em sacrificar a época para salvar a vida de um desconhecido.
É comum a ideia de que os futebolistas têm de “sacrificar-se” pela camisola. Porém, o guarda-redes do clube norte-americano FC Dallas levou mais longe essa crença e não hesitou um instante em sacrificar a época para salvar a vida de um desconhecido que precisava de um transplante de medula.
Em 2008, Chris Seitz inscreveu-se no registo nacional de dadores depois de a mulher de um dos colegas ter sido diagnosticada com leucemia e necessitar de um transplante. À data, toda a equipa foi submetida a testes mas Seitz acabou por esquecer que o seu nome ficara na base de dados.
Já este ano, quando nada o fazia esperar, o guarda-redes recebeu um e-mail da DKMS, o maior centro de dadores de medula do mundo, a informá-lo de que era compatível com um paciente que precisava de um dador para sobreviver.
“O meu coração saltou. Aquela mensagem despertou em mim muitas emoções. Contactei-os imediatamente para saber o que teria de fazer e quais eram os passos a seguir”, contou Seitz ao site oficial do clube.
Porém, o atleta não podia tomar a decisão sozinho, precisando da aprovação do treinador e da administração do FC Dallas, uma vez que a época estava a decorrer e que, além de arriscar a carreira, a ausência de Seitz obrigaria também a equipa técnica a encontrar um substituto.
Seitz gostaria de conhecer a pessoa que ajudou
Quando tiveram conhecimento da situação, os responsáveis decidiram autorizar o procedimento. “Nenhum de nós hesitaria em doar medula para salvar uma criança ou um membro da família, mas não sei quantos se chegariam à frente para um transplante de medula para um completo desconhecido”, afirmou o treinador, Schellas Hyndman, comovido com a generosidade do jogador.
Seitz acabou por viajar até à costa este dos EUA e foi submetido a uma cirurgia de uma hora durante a qual os médicos lhe abriram 32 orifícios na zona pélvica para a extração da medula com uma seringa especial. Embora tudo tenha corrido bem, o futebolista ficou impedido de fazer esforços, pelo que trabalhar estava fora de questão.
Agora, o guarda-redes vai dar continuidade à recuperação e espera estar pronto para regressar aos relvados no início da pré-época em Janeiro de 2013. Um dia, confessou, gostaria de conhecer a pessoa que ajudou, apesar de não saber se tal será possível.
Ainda assim, Chris Seitz sublinhou a importância de doar medula e afirmou não querer ser encarado como um herói. “Estou grato por o FC Dallas me ter dado a oportunidade de avançar com o procedimento e de todos me terem apoiado”, declarou, salientando que “este tipo de doação permite dar a alguém uma hipótese que de outra forma não teria”.
[Notícia sugerida por Patrícia Caixeirinho]