A pesquisa, iniciada há cerca de dois anos, reúne dois grupos de investigação do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) da UC – Instituto de Sistemas de Robótica e Instituto de Telecomunicações.
“O nosso sistema utiliza imagens recolhidas por duas câmaras banais que registam as imagens em 'estéreo', funcionando como um olho esquerdo e um olho direito”. Depois, com o algoritmo criado pela equipa, as imagens são reinterpretadas criando “uma experiência imersiva onde o utilizador navega livremente pelas ruas, sem estar 'preso' ao percurso das câmaras”, acrescenta o investigador.
Além de ser mais económico e imersivo, este novo modelo informático para visualização e reconstrução de cidades em 3D dá origem a imagens mais leves (mais compactadas) e detalhadas: “A grande vantagem é que fornecemos imagens 3D sem recorrer a satélite com uma técnica bastante simplificada”.
Para além disto, este novo sistema utiliza arquiteturas de processamento paralelo, de forma a acelerar, de forma significativa, o tempo de computação. Desta maneira, geram-se automaticamente os mapas em 3D e a informação é armazenada no servidor.
Interesse da Google
A investigação de Carolina Raposo, João Barreto e Gabriel Falcão chamou a atenção da gigante Google, que decidiu financiar a equipa, através de um Faculty Research Award que, além de financiamento, oferece apoio e 'know-how' dos profissionais da Google.
A equipa tem estado em contacto com a Google a quem está a reportar os resultados. O investigador acredita mesmo que, no futuro, o Google Street View poderá usar esta tecnologia, fornecendo mapas em 3D onde o utilizador tem mais autonomia de circulação.