Humberto Teixeira, fundador e diretor-geral do grupo Hubel, explicou ao Expresso o segredo deste sucesso. “O que nos diferencia é ter desenvolvido uma técnica que permite produzir morangos e framboesas nas alturas em que na Europa não se produz, tirando partido do nosso clima e colocando-os no mercado ao triplo do preço”, frisou.
Trata-se da hidroponia, uma técnica agrícola que se carateriza pela produção em estufas de ambiente controlado com vasos suspensos, isto é, sem tocar no solo. A Hubel produz os seus frutos vermelhos, essencialmente, entre Janeiro e Maio, o que lhe permite ganhar vantagens em termos comerciais.
Graças a uma parceria com a multinacional Driscoll's, cerca de 95% das framboesas produzidas nos 14 hectares de estufas situadas no sotavento algarvio chega aos mercados nórdicos, onde os hábitos de consumo destes frutos são regulares.
“Daqui [Algarve] sam camiões diários para a Noruega e a Suécia. Há frutos nossos que até chegam a Moscovo a partir da Holanda”, contou Humberto Texeira ao semanário.
Nos próximos cinco anos, a Madre Fruta, organização de produtores do Algarve fundada em 1996 por impulso da Hubel e na qual esta se insere, ambiciona multiplicar por cinco a produção de morangos e framboesas, alargando a área global de plantação a 120 hectares e atingindo um volume de negócios de 30 milhões de euros.
Atualmente, os 14 produtores associados produzem 1100 toneladas de morango e framboesa, metade das quais da responsabilidade da Hubel.