Segundo o júri, nesta série o autor recorre a uma exposição dupla para construir as suas imagens, o que lhe permite dotá-las de uma perceção visual com ironia e representar a hierarquia visual que atribuímos aos objetos, às pessoas e paisagens.
“É esta simultaneidade que permite ao autor dotar as fotografias, os paradoxos da vida urbana e as relações entre as pessoas de capacidade semântica, colocando protagonismo em elementos formais como o foco e a luz, que habitualmente não têm essa importância na leitura da imagem”, explica Alejandro Castellote, membro do júri e curador independente em Madrid, numa nota enviada à imprensa.
“Uncanny Places” é um projeto que Virgílio Ferreira – saiba mais sobre a sua obra aqui – tem vindo a desenvolver em algumas cidades da Europa, Estados Unidos, China e Rússia.
“Uncanny Places assenta na ambiguidade expressiva de certas imagens. No diálogo entre mim e o mundo exterior, como motor está presente um questionamento sobre a complexidade do mundo. E é a partir de pólos opostos, magia e lógica, racionalidade e irracionalidade que eu pretendo trabalhar”, explica o fotógrafo, também em comunicado.
Nesta primeira edição, a organização recebeu mais de duas mil imagens, a partir das quais foram pré-selecionados os 70 autores que puderam concorrer a esta distinção. Destes, cerca de metade são portugueses e os restantes provêm principalmente de Espanha, Grécia, Itália e França.
O segundo e terceiro lugares foram atribuídos às séries “In Between”, de Stéphane C., e “Sterbebuch”, de Rui Vilela, respetivamente.