Rui Barreiro acredita que há ainda muito para explorar no sector florestal português que emprega hoje direta e indiretamente cerca de 260 mil pessoas e representa atualmente 3,1% do PIB.
Para contribuir para o crescimento da floresta não interessa apenas aumentar a capacidade de produzir e reflorestar. “O crescimento faz-se essencialmente acrescentando valor. E estamos a trabalhar nisso através do crescimento das zonas de intervenção florestal (ZIF), ou seja, com a gestão profissional dos espaços florestais. Mas também a trabalhar na área da certificação”, explicou o secretário de Estado.
Rui Barreiro defendeu ainda a necessidade de ver a floresta remunerada pelo serviço que presta à comunidade na retenção de dióxido de carbono e das águas, uma decisão política à escala europeia que espera ver concretizada.
“Se por um lado, temos indústrias poluentes que pagam para poluir, temos, por outro lado, actividades que são consumidoras de carbono e que deviam ser pagas por isso. E tem de ser o mercado a remunerar esse serviço”.
Constragimentos no setor
Se houvesse uma atualização do cadastro rústico para determinar os donos de parcelas de território que o governo desconhece o dono, o valor da floresta, que está calculado em cerca de 3 mil milhões de euros, podia duplicar pois passava a ter mais áreas produtivas.
Há dois anos o governo reconheceu que a praga do nemátodo do pinheiro estava a alastrar por todo o país. Contudo Rui Barreiro garante que o problema não está a originar quebras nos preços da madeira sendo necessário apenas um tratamento térmico à madeira que obrigou a investimentos maiores por parte dos empresários, fazendo com que o custo de produção aumentasse.
Até 2015 está previsto um investimento de mais de 1000 milhões de euros do Proder para a floresta. São cerca de 500 milhões de euros por ano de comparticipação pública que há a acrescentar ainda o investimento privado para que a floresta possa continuar a ser um motor da economia portuguesa cada vez mais importante.