A longa-metragem resulta de um projeto conjunto com o artista italiano Michelangelo Pistoletto que desde Abril tem, em exposição, no mesmo museu francês, o seu último trabalho, “Année 1: Année 1. Le paradis sur terre”. A última produção de Marco Martins vai ser exibida em complemento com a exposição, às 20h30 do próximo dia 17.
O filme “é uma reflexão sobre a crise, sobre a sustentabilidade, sem esquecer o conceito da regeneração”, explica Marco Martins (à esquerda) à agência Lusa. O trabalho “híbrido” do realizador de 41 anos cruza a ficção com o género documentário e acompanha a vida de 12 pessoas em todo o mundo, no último dia do calendário Maia.
Entre este grupo encontram-se cinco portugueses, nomeadamente o escritor Gonçalo M. Tavares, o músico David Santos do projeto musical Noiserv, o astrofísico Pedro Gil Ferreira, a aldeã Maria de Fátima Príncipe e o pastor Fernando Magalhães, ambos de Trás-os-Montes.
O filme foi rodado ao longo do mês de Janeiro entre Portugal, Reino Unido, Japão e Índia. A narrativa de 120 minutos retrata o período de 24 horas de dia 21 de Dezembro de 2012, o dia mais curto do ano, segundo o calendário maia, que ditaria o fim do mundo.
“É sobre o dia normal de cada uma daquelas 12 pessoas. Eu queria mostrar essa normalidade na vida delas, comparando os seus quotidianos, mas que refletissem sobre o nosso tempo”, afirma Marco Martins.
Marco Martins e Michelangelo Pistoletto, de 69 anos, conheceram-se quando o artista italiano apresentou em 2012 uma exposição na cidade de Guimarães, altura em que decidiram realizar um trabalho conjunto.