A ingestão de medicamentos betabloqueadores, amplamente usados para tratar doenças cardiovasculares, como a hipertensão, pode reduzir o risco de demência. A conclusão é de um estudo norte-americano da Universidade do Havai, nos EUA.
A ingestão de medicamentos betabloqueadores, amplamente usados para tratar doenças cardiovasculares, como a hipertensão, pode reduzir o risco de demência. A conclusão é de um estudo norte-americano da Universidade do Havai cujos resultados finais vão ser conhecidos em Março.
A equipa de investigadores da universidade dos EUA baseou-se em autópsias feitas a 774 homens e constatou que aqueles que tomavam betabloqueadores para controlar a hipertensão mostraram ter menos lesões cerebrais do que os homens que não recebiam este tratamento ou que, em alternativa, ingeriam outros fármacos para controlar o problema.
Entre os homens analisados pela investigação, que será dada a conhecer integralmente na conferência anual da American Academy of Neurology daqui a dois meses, 610 sofriam de hipertensão e estavam sob tratamento.
Citado pela BBC, o autor do estudo, Lon White, explicou que “com o aumento previsto no número de pessoas com Alzheimer à medida que a população mundial envelhece, é cada vez mais importante identificar elementos que podem retardar ou prevenir a doença”, o que justifica a relevância da investigação.
A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de demências, já que pode danificar os pequenos vasos que levam o sangue ao cérebro, garantindo-lhe o seu normal funcionamento. A seguir ao Alzheimer, a demência vascular é a forma mais comum de demência, frequente quando o fluxo de sangue até ao cérebro é reduzido.
De realçar que, de acordo com a BBC, um estudo anterior, realizado há dois anos com uma amostra de 800 mil homens, tinha já sugerido que um outro fármaco utilizado para monitorizar a hipertensão, os chamados bloqueadores do receptor de angiotensina, pode diminuir o risco de demência, inclusive o risco de Doença de Alzheimer, em até 50%.