Mais vale "alimentar um burro a pão-de-ló". Muitos de nós já ouvimos ou dissemos, certamente, estas palavras. É provável que não tenhamos parado para pensar no que elas significam de forma literal. Mas um jornal britânico decidiu fazê-lo.
Às vezes, mais vale “alimentar um burro a pão-de-ló”. Muitos de nós já ouvimos ou dissemos, certamente, estas palavras. De tão enraizadas que estão na língua portuguesa, é provável que não tenhamos parado para pensar no que elas significam de forma literal. Mas um jornal britânico decidiu fazê-lo.
Num artigo publicado há cerca de uma semana, o The Independent reuniu 10 divertidas expressões idiomáticas de todo o mundo e que “não podem ser traduzidas” sem perderem o sentido ou sem nos fazerem soltar uma gargalhada.
“Usamos expressões idiomáticas para 'adornar' o nosso discurso e escrita, sem, frequentemente, nos apercebermos sequer de que estamos a fazê-lo”, escreve o jornal britânico, que convidou o artista e ilustrador Marcus Oakley a desenhar uma dezena destas “pequenas e estranhas frases” que caraterizam todas as línguas.
Portugal é um dos países representados nesta breve compilação, contribuindo para a lista com a célebre expressão “alimentar um burro a pão-de-ló”, que, explica o The Independent, significa “dar um tratamento muito bom a alguém que dele não tem necessidade” e que, em inglês, é traduzida para “to feed the donkey sponge cake”.
“Esta variação portuguesa do 'conselho' bíblico sobre não dar pérolas a porcos significa que não devemos dar tratamento de excelência a quem não precisa dele. Afinal de contas, por que havemos de comer aveia crua porque um idiota qualquer decidiu dar o bolo todo ao burro?”, brinca o jornal.
Mas há outros exemplos de originalidade nesta volta ao mundo pelos idiomas. É o caso da expressão polaca ” Nie mój cyrk, nie moje malpy”, também destacada pelo The Independent, que se traduz, literalmente, para “não é o meu circo, não é o meu macaco”, mas, em bom português, significa algo como “não é problema meu”.
Em japonês, a expressão “Kao ga hiro i” (literalmente, “ter uma cara grande”) é utilizada para descrever alguém com muitos amigos, enquanto os franceses dão às chamadas crises de meia-idade o nome de “demónios do meio-dia” (“le démon de midi”).
Já na vizinha Espanha, “dar abóboras” (“dar calabazas a alguien”) significa rejeitar alguém e, para os russos, “correr como uma lebre” (“exatj zajcem”) é o mesmo que andar de transportes públicos sem pagar bilhete.
Clique AQUI para conhecer as 10 expressões idiomáticas destacadas pelo The Guardian (em inglês).