O fundo do mar continua repleto de segredos para os humanos e há zonas que são mais desconhecidas do que a superfície da Lua. Alguns dos melhores Investigadores do mundo, empenhados em perceber um pouco mais do que se passa “lá em baixo”, partiram esta terça-feira numa expedição pelo Índico cujo objetivo é explorar as montanhas marinhas em busca de novas espécies. Pretendem também estudar o impacto da pesca humana.
O navio RRS James Cook partiu de Cape Town, na África do Sul, e vai viajar durante seis semanas pela zona sudoeste do Oceano Índico. Os exploradores são da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e querem estudar os 'habitats' das montanhas marinhas que possuem uma enorme riqueza e diversidade de vida devido às correntes que as intersetam.
“As montanhas marinhas erguem-se até uma altitude de mil metros a partir do fundo do mar”, explica Aurélie Spadone, membro da expedição, em comunicado. “Devido à sua interação com as correntes subaquáticas, a biodiversidade que se desenvolve nestes locais é extremamente rica. Atrai uma grande diversidade de espécies e atua como um género de 'cama e pequeno-almoço' para os predadores das profundezas do mar, como tubarões”.
No entanto, as atividades humanas estão a ameaçar toda esta diversidade, especialmente a pesca. “A pesca de profundidade inferior, incluindo a pesca de arrastão, pode danificar os habitats destes locais e as populações de peixes. Pode também causar danos irreversíveis nos corais, esponjas e outros animais”, explicou Aurélie Spadone.
Preocupados com esta realidade, os explorados pretendem analisar os impactos sobre estes locais. Esta não é a primeira vez que esta equipa investiga as montanhas marinhas. Em 2009, uma outra expedição trouxe informações importantes sobre a vida marinha, assim como descobriu uma grande e valiosa coleção de novas espécies nunca antes vistas.
“Esperamos que a expedição nos ajude a ter uma melhor compreensão da vida marinha e um maior acesso às ameaças que ela enfrenta. Talvez tenhamos sorte suficiente para descobrir algumas novas espécies a viver nestas desconhecidas águas”, diz Alex Rogers, da Universidade de Oxford, também a bordo.
Ambas as expedições fazem parte do Seamounts Project, da IUCN, da Global Environment Facility, colaboradora com o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, e do UK Natural Environment Research Council.
Toda a viagem pode ser seguida no blog da equipa. Clique AQUI para aceder.
Clique AQUI para ver imagens de algumas das estranhas espécies encontradas na última expedição.