Uma equipa de cientistas norte-americanos das áreas da dermatologia e da nanotecnologia está a desenvolver um creme que poderá vir a ser usado para tratar o cancro e outras doenças da pele.
Uma equipa de cientistas norte-americanos das áreas da dermatologia e da nanotecnologia está a desenvolver um creme semelhante a uma pomada que poderá vir a ser usado como terapia para o cancro da pele e outras doenças que afetam as células cutâneas.
O produto inovador está a ser criado na Northwestern University, nos EUA, e tem a capacidade de ultrapassar a forte barreira protetora da pele que, normalmente, dificulta o sucesso da aplicação tópica de substâncias destinadas a tratar ou minimizar este tipo de problemas.
O creme em questão, que resulta de uma mistura entre um hidratante comum e fármacos compostos por nanopartículas de dimensões cerca de mil vezes inferiores ao diâmetro de um fio de cabelo humano, é capaz de “recrutar” as proteínas naturais da pele e unir-se a elas, conseguindo entrar nas células cutâneas.
Quando aplicada diretamente na pele, esta espécie de pomada penetra em todas as suas camadas e de seleciona os genes que causam as diferentes doenças, não afetando os que se encontram saudáveis. Posteriormente, “desativa” os genes patológicos como se de um interruptor se tratasse.
“Este medicamento permite-nos tratar os problemas de pele exatamente onde eles se manifestam – na pele”, explica Amy S. Paller, dermatologista e co-autora do estudo que foi efetuado sobre os efeitos do creme e publicado esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Riscos mínimos e sem efeitos secundários
“Conseguimos fazer com a que a nossa terapia ataque os genes causadores da doença de uma forma muito minuciosa. Os riscos são mínimos e, até à data, não se observaram quaisquer efeitos secundários em humanos ou nos testes efetuados com ratinhos”, acrescenta a investigadora.
Segundo Amy S. Paller e o seu colega Chad Mirkin, coordenador principal da investigação, os principais alvos deste tratamento são o melanoma e o carcinoma das células escamosas (os dois tipos mais comuns de cancro da pele), mas também doenças como a psoríase e outros distúrbios cutâneos.
No futuro, acreditam os investigadores, a terapia poderia também ser usada para reduzir as rugas resultantes do envelhecimento. “Este estudo é um enorme marco na área da regulação genética”, salienta Mirkin. “Creio que o nosso trabalho tem potencial para mudar irreversivelmente esta área para melhor”, conclui o especialista.
Clique AQUI para aceder ao comunicado da Northwestern University (em inglês).