Já imaginou como seria se pudesse ter um manto de invisivibilidade, tal como o do feiticeiro Harry Potter nas suas aventuras fantasiosas? A concretização dessa possibilidade pode estar mais perto do que se pensava. Para comprová-lo, um grupo de cientistas da Universidade de Dallas, nos EUA, demonstrou o modelo de um “manto de invisibilidade” criado com recurso à nanotecnologia.
Os resultados do modelo foram publicados em Outubro na revista científica Nanotechnology. O “manto”, composto por tubos microscópicos envolvidos em folhas com a espessura de uma molécula de carbono, é capaz de esconder objetos graças ao mesmo fenómeno ótico que faz com que tenhamos miragens no deserto.
Embora possuam a mesma densidade que o ar, os nanotubos de carbono são tão resistentes como o aço e mostram-se capazes de conduzir e transferir calor para o ar que os rodeia.
Por meio de estimulação elétrica, a folha de tubos de carbono, que se encontra submersa em água, atinge altíssimas temperaturas e com a transferência do calor para o ar faz com que o os objetos colocados por trás dela “desapareçam”, ficando invisíveis. Quando acaba o estímulo, acaba a magia do manto.
O processo parece complicado, mas assemelha-se ao que leva quem caminha pelo deserto a ter a convicção de ver um oásis no meio da areia. Como o ar que está próximo do chão é mais quente do que o ar acima dele, os raios de luz curvam-se em direção ao olho do observador, em vez de simplesmente refletirem no chão, explica o jornal G1.
Em consequência, este observa uma parte do céu em vez do chão, o que o faz acreditar que se trata de água. Com o “manto” produz-se também este efeito miragem.
De acordo com Ali Aliev, coordenador da investigação, a pesquisa é muito útil por mostrar que é possível otimizar as folhas de nanotubos para aplicações como projetores termoacústicos em altifalantes, por exemplo, fazendo com que o som seja produzido graças ao calor modulado por uma corrente elétrica alternada.