Os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA informaram que vão pôr fim à utilização de chimpanzes em investigações biomédicas e admitiram que o uso destes animais "não é necessário" na maioria dos casos.
Os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (National Health Institutes – NIH, em inglês) informaram que vão pôr fim à utilização de chimpanzes em investigações biomédicas e admitiram que o uso destes animais “não é necessário” na maioria dos casos. A comunidade científica satisfaz, assim as recomendações do Instituto de Medicina (IOM) daquele país, que surgiram na sequência dos protestos de grupos ambientalistas.
De acordo com a agência France Presse, a decisão foi anunciada através de um comunicado publicado na página dos NIH, agências de investigação médica do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
“Os NIH informam a comunidade científica de que acatam as redomendações do IOM e, como consequência, não vão financiar nenhum novo projeto de investigação que utilize chimpanzés”, pode ler-se no comunicado.
Além disso, os institutos comprometeram-se também, na mesma nota, a rever todas as investigações em curso que estejam a utilizar chimpanzés para fins científicos, embora estas constituam uma minoria: dos 94.000 projetos financiados pelos NIH em 2011, apenas 53 recorreram aos primatas.
Depois de vários grupos de ambientalistas terem protestado contra a transferência, em 2010, de 14 chimpanzés idosos para um laboratório no Texas, os NIH acabaram por aceitar atender à opinião dos especialistas consultados pelo Instituto de Medicina sobre a utilidade das investigações com macacos.
“Se, no passado, os chimpanzés foram muito úteis na investigação médica, a sua utilização, em laboratório, hoje em dia, já não é necessária na maioria dos casos”, admitiram.
No entanto, os especialistas realçaram que, em certos domínios, a utilização de chimpanzés ainda poderá ser necessária, nomeadamente na comparação do genoma destes macacos com o dos humanos ou no estudo de doenças infecciosas emergentes.
Os EUA são, atualmente, o único país desenvolvido que utiliza chimpanzés em investigações científicas, em particular nos estudos relacionados com a hepatite C, a SIDA e a Malária. A União Europeia proibiu formalmente a utilização de macacos em laboratórios em 2010, uma medida que também já tinha sido tomada, por exemplo, no Japão e na Austrália.