Um grupo de investigadores oriundos das áreas de psicologia e estatística, liderados pela psicóloga Anita Kelly, desenvolveu, ao longo de dez semanas, um estudo que pretendia identificar os efeitos da redução de mentiras na saúde.
De acordo com o comunicado divulgado, no passado sábado, pela University of Notre Dame, os resultados apontam para uma melhoria significativa, quer mental, quer física, em quem passou a mentir menos ao longo do período de experiências.
Os testes de honestidade incluíram um conjunto de 110 pessoas, maioria das quais estudantes universitários, com idades compreendidas entre os 18 e os 71 anos. As pessoas foram divididas em dois grupos, sendo que a um deles foram dadas instruções no sentido de pararem de dizer qualquer tipo de mentira durante aquelas dez semanas. À outra metade não recebeu qualquer indicação, pelo que manteve o comportamento habitual.
Ao longo do período de experiências, os participantes submetiam-se, semanalmente, a exames de saúde e análises de satisfação nas relações interpessoais, sendo também analisados pelo teste do polígrafo. O objetivo deste último era o de a apurar quantas mentiras as pessoas tinham dito durante aqueles sete dias.
Após as dez semanas, as conclusões revelaram que a quantidade de mentiras que um indivíduo diz tem relação direta com o seu estado de saúde. Como exemplo, os investigadores revelaram que uma pessoa que contasse, em média, menos três mentiras relativamente à semana anterior, apresentava menos quatro queixas relacionadas com a saúde mental (nomeadamente sentir-se tenso ou deprimido) e menos três queixas ligadas a problemas físicos (como dores de cabeça ou de garganta).
O estudo revelou, ainda, resultados positivos nas relações interpessoais dos participantes que reduziram o número de mentiras. Esta diminuição conduziu a melhorias nas relações e nas interações sociais o que, segundo os investigadores, contribui também para progressos na saúde física.
O estudo foi apresentado recentemente na 120ª convenção anual da American Psychological Association sob o nome “Science of Honesty. O financiamento da investigação foi disponibilizado pela John Templeton Foundation.
Clique AQUI para aceder ao comunicado da universidade (em inglês).
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes e Alexandra Maciel]