Perante a ineficácia de ações como criação de centros comunitários para se combater a solidão da população mais velha, uma equipa de investigadores liderados por J. David Creswell desenvolveu um estudo a partir do qual concluiu que a meditação pode ser um valioso aliado na redução deste sentimento. A nova descoberta pode vir a evoluir para um método de combate ao problema.
A meditação, prática caracterizada por um estado de foco no momento presente, tem já 2.500 anos de existência, sendo originária da cultura budista. Para o estudo em causa, a equipa de cientistas recrutou 40 adultos entre os 55 e os 85 anos, para a prática de meditação, durante oito semanas. Ao longo deste período foi medido o nível de solidão, através de uma escala, e recolhidas amostras de sangue, de todas as pessoas, no início e no fim de cada sessão.
Os participantes foram submetidos a um programa de meditação que incluía encontros semanais de duas horas e atividades diárias, em casa, com a duração de 30 minutos. Após este período, os investigadores concluíram que o programa reduziu significativamente os níveis de solidão dos participantes.
Através das recolhas de sangue feitas durante as semanas da experiência, a equipa detetou, também, uma importante redução dos genes propensos ao desenvolvimento de inflamações no sistema imunitário. Estes dados indicam que a prática de meditação diminui o risco de inflamações nos adultos mais velhos, fator importante, uma vez que este problema “pode contribuir para vários problemas de saúde, incluindo o cancro, as doenças cardiovasculares e as neuro degenerativas”, explicou Steven Cole, um dos envolvidos no estudo.
O autor Creswell salientou que os resultados do estudo podem evoluir para uma nova abordagem aos tratamentos da solidão e das doenças inflamatórias, embora sejam necessárias novas investigações. Perante o cada vez mais elevado número de pessoas que sofrem de solidão, o estudo sugere que exercitar a mente é tão importante como exercitar o corpo.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).