O uso da Internet por parte dos idosos pode ajudá-los a reduzir em mais de 30% o risco de depressão. A conclusão é de um estudo realizado recentemente por investigadores norte-americanos.
O uso da Internet por parte dos idosos pode ajudá-los a reduzir em mais de 30% o risco de depressão. A conclusão é de um estudo realizado recentemente por investigadores norte-americanos, que destaca a importância desta tecnologia no combate à solidão e ao isolamento.
Um grupo de investigadores da Universidade do Michigan, nos EUA, acompanhou, ao longo de seis anos, as vidas de milhares de idosos reformados daquele país e descobriu grandes benefícios na utilização da Internet a nível emocional, observando uma diminuição superior a 30% na incidência de depressões nos voluntários que costumavam estar “online”.
“É um efeito muito forte”, salienta Shelia Cotten, professora da área das telecomunicações da universidade norte-americana e coordenadora do estudo, em comunicado. “Todos estes benefícios têm a ver com a possibilidade [que a Internet dá aos idosos] de comunicar, de manter contactos através das redes sociais e de evitar a solidão”, explica.
Cotten e os colegas analisaram dados de mais de 22.000 idosos americanos recolhidos a cada dois anos. A amostra envolvida no estudo incluiu mais de 3.000 pessoas, o que o transformou “num dos mais amplos e mais abrangentes estudos do género”, destaca a investigadora.
De acordo com a docente norte-americana, a investigação em causa distingue-se por ter tido em conta os níveis de depressão dos participantes antes de estes terem começado a utilizar a Internet e a possibilidade de depressões passadas continuarem a afetar o estado atual de cada um.
No âmbito do estudo, e além de constatar os benefícios na prevenção da depressão, os cientistas concluíram também que, apesar de, em alguns casos, os voluntários continuarem deprimidos mesmo usando a Internet, esta tecnologia os ajudou “a reduzir os níveis de depressão e a controlar as consequências de depressões anteriores”.
A Internet parece ser particularmente útil no caso dos idosos que vivem sozinhos, verificando-se, nessas situações, os benefícios mais significativos. “Este estudo traz contribuições importantes para a análise do uso da Internet e da depressão nos reformados”, defende Cotten.
Segundo a especialista, o fundamental é que os utilizadores saibam como tirar partido da tecnologia e escolham fazê-lo de forma moderada – como, aliás, é recomendável em tudo na vida.
“Se nos sentarmos em frente ao computador todo o dia, ignorando os papéis que temos de desempenhar e as tarefas que temos de cumprir como parte da nossa rotina, [o uso da Internet] terá um impacto negativo”, admite.
“Porém, se a usarmos com moderação e para fazer coisas que melhorem a nossa vida, é provável que o impacto seja muito positivo em termos de saúde e bem-estar”, conclui Shelia Cotten, cujo estudo foi publicado na revista científica Journal of Gerontology – Psychological Sciences and Social Sciences.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).