Um estudo do Instituto Universitário de Lisboa concluiu que estar e sair com os amigos faz bem à saúde. O mesmo não acontece com os amigos virtuais, uma vez que os especialistas acreditam que quem usa muito as redes sociais sente-se mais só.
Estar e sair com os amigos faz bem à saúde. A conclusão é de um estudo do Instituto Universitário de Lisboa que inquiriu mais de 800 portugueses, avança a RTP. O mesmo estudo avisa que as redes sociais não substituem as amizades reais, embora as possam complementar.
A investigação portuguesa vem confirmar dados de uma investigação alemã divulgada no início deste ano e que indica que as amizades ajudam a reduzir níveis de stress e infeções. O estudo foi feito junto de uma amostra de cerca de 800 pessoas, de diferentes idades, sexo, escolaridade e de várias zonas do país.
O inquérito continha perguntas sobre o número de amigos virtuais e o número de amigos reais que cada pessoa tinha; a qualidade dessas relações, tanto as virtuais com as “ao vivo”; com que frequência a pessoa estava com os amigos presencialmente ou contactava com eles através do Facebook.
O estudo também incidiu em questões relacionadas com indicadores de saúde, averiguando os níveis de ansiedade, depressão, energia física, entre outros.
Por último, os investigadores cruzaram os indicadores ligados à amizade, com os indicadores ligados à saúde (física e mental) e com os indicadores ligados ao bem-estar e à felicidade.
A conclusão é que o número de amigos íntimos está diretamente relacionado com melhores níveis de saúde física e mental. Já as pessoas que apostam sobretudo em amizades virtuais, correm o risco de se sentirem mais sozinhas.
Facebook pode ser “complemento” positivo
Na verdade, conclui-se que as pessoas que apenas contactam com os seus amigos via online, se sentem menos apoiadas. “O Facebook permite-nos ter a sensação de que estamos ligados ao resto do mundo, porque podemos ver aquilo que se passa e aquilo que os outros andam a fazer”, refere a investigadora Luísa Pedroso de Lima. “Mas as amizades no Facebook por si só não têm consequências positivas ao nível da saúde”, acrescenta.
O estudo verificou também que, embora não tenha o mesmo valor da amizade real, as relações da sua rede virtual são um “complemento” importante. Neste caso, o Facebook é interpretado como sendo uma estratégia positiva de “alimentar as amizades” reais, conclui a investigadora.