Quem o afirmou foi Simone Pio, vice-presidente da Administração da Região Hidrográfica do Tejo, referindo-se à conclusão de todas as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que vão impedir o descarregamento dos efluentes da área metropolitana de Lisboa no rio Tejo.
“Todos os efluentes da área metropolitana de Lisboa serão, a partir de 2011, encaminhados para a ETAR de Alcântara e o conjunto destas infraestruturas de recolha e tratamento vai permitir que as águas residuais urbanas deixem de ser descarregadas, como efluente bruto, no estuário do Tejo”, explicou Simone Pio, citada pela agência Lusa.
A melhoria da qualidade de água vai permitir, por sua vez, reintroduzir várias espécies, como a ostra e as culturas regionais de arroz, bem como “a criação de troços navegáveis no rio”, com circuitos turísticos e a criação de portos náuticos e marinas.
Por outro lado, Miguel Angel Sanchez, porta-voz da Rede de Cidadania por uma cultura da água do Tejo/Tajo, movimento espanhol que congrega 70 associações, disse à agência Lusa que Tejo é “refém de interesses políticos e empresariais”.
“Não é possível que um rio como o Tejo não tenha os caudais mínimos em Portugal (…) a barragem de Alcântara (em Espanha) está hoje com 70% de água, uma quantidade que, só por si, dava para abastecer toda a população de Lisboa durante oito a nove anos”, acrescentou.
Simone Pio e Miguel Angel Sanchez prestaram estas declarações no sábado, aquando da sua participação na Festa da Água do Tejo, a decorrer em Vila Nova da Barquinha.
No evento, a comunidade científica e as populações ribeirinhas debatem a necessidade de proteção da água do Tejo, ao mesmo tempo que se realizam outras atividades como concursos de fotografia, ateliês de pintura, poesia à beira rio e espetáculos musicais.
[Notícia sugerida pela utilizadora Soraia Oliveira Gomes]