A situação de austeridade impede a autarquia de recuperar a escola. Por isso, a Associação de Pais da Escola Espinho II decidiu fazer, pelos seus próprios meios, uma intervenção de fundo no estabelecimento com materiais de construção angariados na comunidade e a execução da obra pelos próprios encarregados de educação.
O presidente da Associação de Pais, José Carlos Alves, disse à Lusa que também vai “vestir um fato de macaco para ajudar nos trabalhos”, adiantando que o objetivo do “projeto solidário” é proporcionar à escola a intervenção de que precisa, mas que a autarquia “não tem condições de financiar”.
Tintas, vernizes, madeiras e louça sanitária são alguns dos artigos que a Associação de Pais da Espinho II está a reunir para o efeito, de acordo com um projeto de arquitetura, também assinado pelos elementos “da casa”, que abrenge diferentes edifícios da escola.
A recuperação de telhados, a substituição de casas de banho, a criação de um parque infantil e de uma horta pedagógica, e ainda o asfaltamento dos 1.500 metros quadrados do recreio são as obras prevista nesta recuperação.
Autarquia elogia iniciativa
Quanto à mão-de-obra, José Carlos Alves está a contactar todos os pais cuja profissão seja pertinente para o projeto – carpinteiros, picheleiros, trolhas, serralheiros – e a convocar também os outros que, embora profissionais de áreas pouco relacionadas com a construção civil, “continuam a ter mãos para ajudar ao fim de semana”.
Para o vereador da Educação na Câmara Municipal de Espinho, “esta é uma iniciativa muito meritória, que deve deixar toda a comunidade muito orgulhosa, porque demonstra que, mesmo em tempo de crise (..) as coisas podem fazer-se, se houver empenho e dedicação”.
Da autarquia, os pais vão receber um apoio financeiro simbólico, cerca de 2500 euros, que estava destinado a pequenas obras de manutenção.
Situada no centro da cidade, a Escola Espinho II é frequentada por 483 alunos do 1.º Ciclo e do pré-escolar, revelando “deficiências infraestruturais” que a autarquia ainda não pôde colmatar porque, segundo o autarca, “não tem orçamento para isso, está com encargos muito grandes e sofreu cortes significativos na Educação”.
A data de arranque das obras ainda não está definida, mas autarquia e Associação de Pais pretendem que seja “em breve”. Prazo para conclusão da empreitada “é que é mais complicado definir, porque, como se vai trabalhar sobretudo ao fim de semana, a coisa vai-se fazer devagarinho”.
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes]
Clique AQUI para aceder ao blogue da escola e saber mais sobre este projeto.