Uma pequena aldeia perto de Barcelona, em Espanha, está a tentar dinamizar a economia local de um modo original. Os membros da Associação de Habitantes de Cabestany, povoação com apenas 14 moradores, decidiram oferecer gratuitamente – durante quatro anos -uma casa a quem se comprometer a gerir, também, no mesmo espaço, um negócio próprio.
O anúncio foi difundido nos meios de comunicação social espanhóis. A casa trata-se de um edifício construído recentemente com 360 m2 com o propósito específico de albergar um restaurante, de preferência com uma padaria, e que inclui também uma vivenda para servir de habitação àquele que resolver pôr mãos à obra.
A associação tinha criado em 2005 um fundo comum para construir 12 habitações, pensando vendê-las para recuperar em termos económicos. Porém, por culpa da crise, o plano não foi bem-sucedido e teve de ser redesenhado. Foi assim que surgiu esta nova hipótese: uma das casas foi transformada para poder acolher estabelecimento de restauração.
Após quatro anos – momento em que se acredita que a Europa poderá estar a sair da crise -, o novo residente e mentor do negócio terá de passar a pagar cerca de 500 euros de renda mensal. Porém, os coordenadores da iniciativa afirmam que este é um valor que poderá ser negociado.
A oferta foi dada a conhecer há três dias e já recebeu mais de 200 respostas, conforme explicou à BBC o presidente da Associação de Habitantes de Cabestany. Segundo Xabier Rosell, os interessados são sobretudo profissionais desempregados, a maioria da indústria da construção. Porém, administradores empresariais, professores de educação física e advogados também se candidataram.
Rosell mostrou-se confiante no sucesso do projeto, uma vez que “um restaurante e uma padaria na aldeia poderiam surprir as necessidades a cerca de 10 comunidades próximas”.
O responsável esclarece, no entanto, que é preciso entender o que se pede em troca e que a Associação não pode disponibilizar nada além do espaço. “Temos recebido histórias comoventes. As pessoas contam-nos dramas pessoais e pedem também que lhes ofereçamos os móveis e equipamentos para o restaurante… mas não podemos”, admite.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]