O novo paradigma do EaD tem necessariamente de contemplar as tecnologias educativas numa lógica de mobilidade, ultrapassando a tendência de mero repositório e procurando responder às necessidades de formação e ensino em Portugal.
Conteúdos e ferramentas flexíveis e individualizadas que promovam a autonomia no ensino-aprendizagem são cada vez mais uma exigência nos diferentes modelos pedagógicos do e-Learning. Os ambientes de ensino a distância têm adoptado paradigmas inovadores que convergem para a autonomia, a aprendizagem colaborativa e os personal learning environments.
No entanto, o determinismo tecnicista tende a persistir numa era em que a aposta deveria passar claramente por metodologias inovadoras, interligadas com o design instrucional e estratégias pedagógicas, adequadas aos diferentes contextos e ao seu público-alvo. O ónus na tecnologia verifica-se na massificação do e-Learning com os Massive Open Online Courses.
Em Portugal, o ensino por correspondência e da Telescola foram os antecedentes do e-Learning e possibilitaram o acesso ao ensino a vários públicos que dificilmente teriam oportunidade de estudar. A Universidade Aberta nasceu em 1988 e foi a primeira instituição de ensino superior público na modalidade de EaD. Atualmente, várias instituições de ensino superior, públicas e privadas, ministram cursos em regime de e-Learning e b-Learning.
Os programas de apoio por parte do governo português, associados às iniciativas europeias, foram indispensáveis para o desenvolvimento da área. Iniciativas como o Observatório Panorama e-Learning, nascido do “Panorama e-Learning Portugal 2013”, são importantes contributos na área. No entanto, a falta de formação da maior parte dos docentes e formadores, a dificuldade em utilizar produtivamente os recursos tecnológicos e a reduzida promoção do ensino a distância não permitem afirmar Portugal como um país em que o e-Learning esteja fortemente implementado a nível nacional. Sendo que esta seria uma solução inovadora e empreendedora para colmatar sérias lacunas que ainda se sentem particularmente no acesso ao ensino superior, formação profissional e aprendizagem ao longo da vida.
É precisamente neste contexto que surge a APEFAD – Associação Portuguesa de Ensino e Formação a Distância. A partir da ideia de igualdade de acesso à aprendizagem, assume como objetivo central o de impulsionar e promover o ensino e formação a distância em Portugal. Considerando que a melhor forma de expandir uma ideia é garantir que todas as partes potencialmente interessadas têm conhecimento da mesma e das vertentes englobadas, a APEFAD pretende dinamizar um debate intergeracional e multidisciplinar, que englobe o discurso académico e a perspetiva profissional de quem atua na área ensino e formação a distância.
Nesta lógica, a APEFAD ambiciona direcionar a sua atuação para a sensibilização das entidades (públicas e privadas) em Portugal para os benefícios do e-Learning e do seu desenvolvimento, promovendo a sua aceitação junto de instituições de ensino. Trabalhando com outras entidades e profissionais da área, a APEFAD pretende elaborar e estabelecer um manual de boas práticas; promover uma rede corporativa de conhecimento; criar um selo de qualidade que incentive à elevação dos padrões de qualidade das entidades da área de atividade; estabelecer um código de ética do ensino e formação a distância.
A APEFAD quer também associar-se a outras iniciativas e projetos que trabalhem na área do ensino e formação a distância, direcionando-se à investigação, estudo, desenvolvimento, promoção e impulsionamento do Ensino e Formação a Distância em Portugal, de forma a proporcionar sistemas alternativos aos meios tradicionais.
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