Há cada vez mais alunos a frequentar o ano adequado à sua idade e as notas obtidas pelos estudantes portugueses nas avaliações internacionais colocam-nos já à frente de vários países estrangeiros, concluiu um relatório divulgado esta quarta-feira.
Há cada vez mais alunos a frequentar o ano adequado à sua idade e as notas obtidas pelos estudantes portugueses nas avaliações internacionais colocam-nos já à frente de vários países estrangeiros. A conclusão é do relatório “Estado da Educação de 2012”, que revelou também que diminuiu o número de “chumbos” no percurso escolar dos jovens nacionais.
De acordo com o relatório “Estado da Educação 2012 – Autonomia e Descentralização” realizado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e divulgado esta quarta-feira, houve “progressos assinaláveis na prevenção do abandono escolar”, tendo aumentado o número de alunos nas salas e melhorado o desempenho escolar.
Na década decorrida entre entre os anos letivos de 2000/2001 e 2010/2011, revela o documento a que a Lusa teve acesso, o ensino pré-escolar passou a receber mais crianças e o 1º ciclo registou também um aumento de frequências.
No ano letivo de 2010/2011 quase 100% das crianças e jovens portugueses entre os 6 e os 16 anos frequentavam a escola, registando-se, em apenas 10 anos, um aumento de 12 pontos percentuais no número de alunos com 16 anos ainda a estudar.
Além disso, as escolas passaram também a ter muito mais adolescentes com 17 anos nas salas de aula: em 2001, um em cada quatro tinha desistido de estudar, ao passo que, em 2011, apenas 8,8% dos jovens desta idade não frequentavam a escola.
Segundo o relatório, a esta diminuição do abandono escolar vem juntar-se uma melhoria do desempenho dos alunos, que contribuiu também para o aumento, nesse período, do sucesso escolar.
Melhores resultados que os alunos estrangeiros
Para Ana Maria Bettencourt, presidente do CNE, é ainda de sublinhar a melhoria dos resultados alcançados pelos alunos portugueses nas avaliações internacionais de leitura, matemática e ciêcias.
Nos exames realizados aos alunos do 4º ano de escolaridade, os portugueses ficaram em 13º lugar num total de 50 países, somando a mesma pontuação que os estudantes da Alemanha, Holanda ou Suécia e à frente de países como França, Áustria ou Noruega.
Na prova específica de matemática, os alunos portugueses do 4º ano ficaram em 14º lugar, surgindo antes de Alemanha, Suécia e Noruega, fez questão de sublinhar a dirigente.
No entanto, o relatório alerta que há ainda muitos estudantes que não frequentam o ano escolar que deveriam – por exemplo, no ano letivo de 2010/2011, um em cada quatro alunos de 12 anos ainda não tinham chegado ao 3º ciclo.
Além disso, o CNE chama a atenção para o risco de um “considerável número de jovens” chegar aos 18 anos e abandonar a escola sem ter terminado o ensino secundário, um problema que é preciso ter em conta.
Uma tabela apresentada no documento mostra que os rapazes são os que apresentam maiores dificuldades na frequência do ano correspondente à idade: no 12º ano há 55% de mulheres com a idade adequada, ao passo que os homens são apenas 45%.
O relatório “Estado da Educação” informa ainda que as zonas do país onde as retenções são mais reduzidas são, entre outras, Braga, Viana do Castelo e Aveiro, ao passo que Lisboa, Setúbal, Évora, Portalegre, Beja e Faro estão sempre acima da média nacional de “chumbos”.
Notícia sugerida por Elsa Martins e Vítor Fernandes