por redação
O financiamento de 66 milhões de euros é repartido por dois concursos públicos abertos pela Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), em 2016. Os equipamentos irão ser usados sempre que os Estados-membros necessitem do desempenho dos mesmos em funções de controlo e vigilância marítima.
A quantia exibe um acréscimo significativo ao orçamento da EMSA, que fica em Lisboa, e presta serviços à Frontex (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira). Isto representa o sinal mais visível da nova politica assumida pela Comissão Europeia como reação à tensão migratória que se tem vindo a verificar nos últimos anos na fronteira do sul da União Europeia (UE), principalmente na Itália e na Grécia.
O maior concurso realizado pelas autoridades europeias (66 milhões de euros) foi o último concurso aberto pela EMSA. Alguns gigantes do setor, como a Airbus, Saphran entre outros, ficaram interessados.
Na semana passada os contratos foram assinados. A vencedora foi a empresa Tekever, que se centra no desenvolvimento da tecnologia, produtos, e serviços nas áreas das Tecnologias de Informação e Comunicação e que se localiza no Parque das Nações. A empresa ficou em primeiro lugar no lote 2, que se designa a aviões não tripulados com 150kg e 10 horas de autonomia de voo. E no lote 1, para aviões ainda com dimensões maiores acabou por não ser concebido.
Na mesma categoria, o consórcio liderado pela Força Aérea Portuguesa conquistou o segundo lugar. Quando as missões da Tekever estiverem esgotadas esta será chamada a responder às suas solicitações.
Os resultados deste ano são muito semelhantes aos do concurso anterior que também contratou os serviços da Forca Área e da Tekever.
O holandês Leendert Bal, diretor de operações da agência europeia explicou ao PÚBLICO o porquê de a EMSA não comprar drones, mas sim alugar, “esta é uma tecnologia em constante evolução, que rapidamente de torna obsoleta, pelo que não faz sentido comprar o equipamento”.
Vão ser fabricados em Portugal todos os aviões não tripulados envolvidos nestas operações europeias de patrulhamento de fronteiras. Os da Tekever serão feitos em Ponte de Sor e os drones da Força Aérea são da empresa portuguesa UA Vision, de Torres Vedras.
A Frontex pode requerer uma frota de drones para desempenhar funções de vigilância costeira. Um Estado-membro da UE só tem que emitir o pedido, depois é realizado o contacto com a EMSA e esta aciona os serviços da Tekever ou da Força Aérea. Posteriormente, equipas vão para o terreno e podem permanecer até dois meses em operação.
Os aviões da empresa tecnológica estão equipados com vários dispositivos que conseguem detetar os mais insignificantes movimentos no mar, seja qual for a visibilidade (camara gimbal, satcom, radar).Todas as informações são transmitidas para o centro de comando da Agência Europeia da Segurança Marítima no Cais do Sodré que depois as disponibiliza em tempo real à Frontex, na Polónia.