Uma equipa de investigação sueca transformou uma "drive" de DVD tradicional num microscópio/scanner laser capaz de detetar, eficazmente, em poucos minutos e de forma barata, o vírus da sida (HIV) e de efetuar outras análises ao sangue.
Uma equipa de investigação sueca transformou uma “drive” de DVD tradicional num microscópio/scanner laser capaz de detetar, eficazmente, em poucos minutos, o vírus da sida (HIV) e de efetuar outras análises ao sangue relacionadas, por exemplo, com o ADN, as células e a presença de certas proteínas.
De acordo com Aman Russom, da Escola de Biotecnologia do KTH Royal Institute of Technology em Estocolmo, este dispositivo “transformado” consegue fazer análises sanguíneas e exames para observação de células com um micrometro de resolução, funcionando como uma espécie de scanner e microscópio em simultâneo.
Segundo os investigadores que assinam a tecnologia – denominada Lab-on-DVD -, este avanço poderá permitir, de futuro, a criação de uma ferramenta barata e simples de usar com grandes benefícios para os cuidados de saúde nos países em desenvolvimento.
“Com recurso a um leitor de DVD comum criámos uma ferramenta de análise barata para o ADN, o ARN (ácido ribonucleico), as proteínas e até células inteiras”, explica Russom em comunicado citado pelo jornal britânico The Engineer.
Atualmente, este tipo de testes é feito com recurso à citometria de fluxo, uma prática cujo uso é limitado nas nações menos desenvolvidas e que exige equipamentos que custam, em média, 30 mil dólares (cerca de 23 mil euros) cada, excluindo a manutenção. Pelo contrário, estes Lab-on-DVD poderiam ser disponibilizados por menos de 200 dólares (pouco mais de 150 euros) cada.
Além disso, ao contrário dos dispositivos de citometria, muito pesados, complicados de operar e tecnicamente complexos, uma solução como o Lab-on-DVD poderá ser portátil e exigir menos especialização para ser utilizado.
“O baixo custo desta tecnologia torna-a uma ferramenta de diagnóstico e análise adequada para utilização na medicina clínica, próxima do paciente”, defende Russom. “Além disso, por oferecer resultados extremamente rápidos, o paciente não precisa de ir para casa esperar por uma resposta. Pode obtê-la logo na primeira visita ao médico”, conclui.
Notícia sugerida por David Ferreira