O projeto tem como finalidade estudar os dados climáticos dos últimos anos para “comprovar” alterações e ainda investigar técnicas de mitigação do stress estival que poderá ser provocado na videira, segundo avança a agência Lusa.
Os acontecimentos meteorológicos extremos provocam perdas numa determinada colheita, enquanto as alterações no clima a longo prazo, podem dar origem a modificações no potencial de maturação e no estilo de vinho.
“O nosso clima está a mudar. Alguns indicadores dizem que o clima vai ficar mais quente e mais seco”, afirmou Moutinho Pereira, investigador da UTAD, à Lusa.
Segundo o investigador, neste momento, está a ser feito um ensaio na UTAD com a casta Touriga Nacional, através do qual está a ser investigada a aplicação de caulino, uma “argila inerte que dá um aspeto esbranquiçado às folhas das videiras”.
Este é um estudo preliminar que poderá ser aplicado, já no próximo ano, numa vinha comercial e alargado a mais castas da Região Demarcada do Douro.
“Ficávamos felizes se, no final do projeto, pudéssemos dizer à região como vai ser o clima daqui a 50 ou 100 anos e se pudéssemos ainda contribuir com alguma indicação para os viticultores. Dizer o que têm que aplicar ou como cultivar a vinha para esta sofrer menos”, sublinhou o investigador.
O projeto conta com um apoio financeiro de 160 mil euros por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e está a ser realizado em parceira com a Universidade de Aveiro e a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID).
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes]