Dois linces-ibéricos são os novos habitantes do Jardim Zoológico de Lisboa. O casal de felinos chegou, recentemente, ao Zoo no âmbito do projeto de conservação desta espécie, uma das mais ameaçadas do mundo.
Dois linces-ibéricos são os novos habitantes do Jardim Zoológico de Lisboa. O casal de felinos chegou, recentemente, ao Zoo no âmbito do projeto de conservação desta espécie, uma das mais ameaçadas do mundo, desenvolvido em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
Azahar, fêmea fundadora, desde Janeiro de 2005, do Centro Nacional de Reprodução do LinceIbérico (CNRLI), em Silves, e Gamma, macho que nasceu em 2010 no Centro de Reprodução de La Olivilla, em Espanha, mudaram-se para o parque lisboeta em Novembro e são, agora, embaixadores da espécie, pretendendo-se que, com a sua presença, contribuam para educar os visitantes.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, o zoo de Lisboa explica que a chegada dos dois felinos faz com que a instituição passe a ter “um papel estratégico no plano de conservação da espécie, enquanto ferramenta essencial de divulgação e de sensibilização junto da população”.
O Jardim Zoológico assume, deste modo, “a responsabilidade de fiel depositário destes dois exemplares, que terminam, assim, a sua vida ativa no CNRLI, já que não reúnem condições para serem reintroduzidos na Natureza”.
“Este projeto orgulha-nos muito e reforça a nossa missão: preservar e conservar espécies em vias de extinção”, congratula-se Francisco Naharro Pires, presidente do zoo de Lisboa, acrescentando que “o lince-ibérico é ainda mais importante por ser uma espécie endémica da Península Ibérica e tendo em conta o sério risco de extinção que enfrenta”.
Para o secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, “a possibilidade de conhecer o lince-ibérico nas instalações do Jardim Zoológico permite a ampla divulgação da causa e o forte apoio ao processo de reintrodução em Portugal”.
Espécie foi recentemente reintroduzida na Natureza em Portugal
Com uma distribuição geográfica muito reduzida, o lince-ibérico é uma espécie endémica da Península Ibérica e está classificada como Criticamente em Perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
A sua sobrevivência ainda está em risco, encontrando-se numa situação de pré-extinção. Se, em 1950, se estimava que existiam cerca de 5.000 exemplares na Natureza, hoje esse número é inferior a 350, adianta o Zoo de Lisboa.
Recorde-se que, como o Boas Notícias avançou no início da semana, e depois de ter sido considerada extinta em Portugal na década de 1990, a espécie foi, há poucos dias, reintroduzida na Natureza em território português com a libertação de dois linces na região de Mértola, no Alentejo.
O casal de linces libertados – Katmandu, macho espanhol, e Jacarandá, fêmea portuguesa e nascida no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, em Silves – vai, agora, passar a viver num cercado inserido numa propriedade próxima da localidade de Romeiras e terá um “período de aclimatação” acompanhado por técnicos.