Um grupo de cientistas australianos acaba de anunciar a descoberta de duas supernovas super luminosas no Universo distante. Trata-se de corpos celestes resultantes de duas explosões estelares que são 10 a 100 vezes mais brilhantes que o normal.
Um grupo de cientistas australianos acaba de anunciar a descoberta de duas supernovas super luminosas no Universo distante. Trata-se de corpos celestes resultantes de duas explosões estelares que são 10 a 100 vezes mais brilhantes do que todas as outras já observadas até aqui e que vêm estabelecer um novo recorde na investigação astronómica.
O achado é da responsabilidade de uma equipa da Swinburne University of Technology, em Melbourne, na Austrália, coordenada pelo astrofísico Jeffrey Cooke, e foi dado a conhecer através de um artigo publicado esta semana na revista científica Nature.
As supernovas super luminosas foram descobertas pela primeira vez há poucos anos e são extremamente raras no Universo mais próximo de nós, sendo que as suas origens ainda não são bem conhecidas.
Os cientistas desconfiam, porém, que a sua formação resultará de uma explosão nuclear de estrelas maciças totalmente diferente da que desencadeia o nascimento das supernovas normais.
“A luz destas supernovas contém informação detalhada acerca da infância do Universo e de um ponto em que as primeiras estrelas estavam a condensar-se a partir do hidrogénio e do hélio”, os únicos gases existentes depois do Big Bang, explicou Cooke em comunicado.
Explosões estelares permitiram formação do Universo atual
“À exceção do hidrogénio e do hélio, elementos como o carbono, o oxigénio, o ferro ou o silício foram criados no núcleo das estrelas durante estas explosões e 'ejetadas' para o espaço para arrefecer e formar novas gerações estelares”, acrescentou o cientista.
Segundo Cooke, a abundância de supernovas ao longo do tempo cósmico enriqueceu o universo com elementos pesados que produziram diferentes conjuntos de galáxias, estrelas e planetas, dando ao Universo as caraterísticas que hoje conhecemos.
“Encontrar a primeira geração de estrelas é o atual Santo Graal dos astrónomos e as distâncias das novas supernovas ultrapassam as distâncias a que esperamos encontrar estas estrelas”, apontou o astrofísico.
Para descobrir estas supernovas especiais, a equipa socorreu-se do telescópio gigante Keck, instalado no Havai. De acordo com Cooke, a técnica do grupo “fornece os meios necessários para detetar e estudar a morte da primeira geração de estrelas e para compreender o processo de enriquecimento químico do Universo desde o início”.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]