"Cuscovilhar" pode ser bom para a saúde e aumentar, até, a produtividade no trabalho. A conclusão é de uma série de estudos norte-americanos, que revela que guardar segredos é equivalente a carregar às costas um peso constante.
“Cuscovilhar” pode ser bom para a saúde e aumentar, até, a produtividade no trabalho. A conclusão é de uma série de estudos norte-americanos, que revela que guardar segredos é equivalente a carregar às costas um peso constante, pelo que partilhá-los com alguém tem efeitos positivos ao nível da motivação e do desempenho em várias esferas da vida.
“Quanto mais nos preocupamos com um segredo e quanto mais pensamos nele, mais gastamos os nossos recursos cognitivos e motivacionais e menos energia temos para nos dedicarmos às tarefas diárias”, explica Michael Slepian, investigador da Columbia Business School, nos EUA, e principal autor deste conjunto de estudos, em comunicado.
Segundo Slepian, os chamados “esqueletos no armário” – que podem ir desde a orientação sexual à infidelidade ou aos problemas monetários, passando por questões mais simples como hábitos “embaraçosos” – dificultam as relações com os outros e, no emprego, podem mesmo traduzir-se numa menor produtividade.
De acordo com o especialista, que trabalhou em conjunto com investigadores das universidades de Wake Forest e Stanford, a melhor solução é, portanto, partilhar com alguém em quem confiemos os nossos segredos – ou, quem sabe, os dos outros. Ou seja, o ideal é “cuscovilhar”.
“Às vezes, as pessoas sentem que a coisa certa a fazer é guardar um segredo, mas ao fazê-lo podem estar a sujeitar-se a consequências negativas”, alerta Slepian. De acordo com o especialista, contar aquilo que nos preocupa a outra pessoa permite aliviar o peso emocional exercido pelo segredo e ajuda a que os indivíduos sigam em frente e recuperem a produtividade.
Se falar do problema em voz alta não for possível, há outras alternativas: o investigador norte-americano, cujo trabalho foi, recentemente, publicado na revista científica Social Psychological and Personality Science, sugere, por exemplo, escrever o segredo num diário ou num fórum 'online' onde não se conheça ninguém, algo que tende a gerar “grande alívio”.
“Ao falar sobre os nossos segredos começamos a pensar neles de forma construtiva – a processá-los, a dar-lhes sentido, a aprender a lidar com eles. Portanto, reduzimos as nossas preocupações e retiramos das costas um grande fardo”, finaliza Slepian.
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