Médicos norte-americanos salvaram a vida de uma menina de quatro anos graças à impressão de um modelo do seu coração em três dimensões. Com recurso à impressão 3D, a equipa conseguiu planear em detalhe uma cirurgia pioneira.
Médicos norte-americanos salvaram a vida de uma menina de quatro anos graças à impressão de um modelo do seu coração em três dimensões. Com recurso à impressão 3D, a equipa conseguiu planear em detalhe uma cirurgia pioneira que permitiu a Adanelie Gonzalez recuperar de um defeito cardíaco congénito.
Desde que nasceu que Adanelie enfrentava sérios problemas cardiovasculares devido a uma doença rara que afeta as veias que ligam o coração aos pulmões, fazendo com que o sangue seja bombeado para locais indevidos do organismo e causando dificuldades respiratórias e um enfraquecimento do sistema imunitário.
Depois de duas operações complicadas que apenas funcionaram como reparações temporárias e com a saúde da menina a deteriorar-se, os especialistas do Miami Children's Hospital, hospital pediátrico localizado nos EUA, temiam que nada mais houvesse a fazer, até que se lembraram de recorrer à tecnologia da impressão 3D.
A equipa, coordenada pelos cardiologistas pediátricos Redmond Burke e Nancy Dobrolet, recolheu imagens de ressonância magnética e de tomografias e, com a ajuda de um engenheiro biomédico, reformataram-nas e transformaram-nas em ficheiros de imagens capazes de ser lidos por uma impressora 3D, que imprimiu um modelo do coração da menina.
“Achei que poder segurar e manipular uma réplica flexível a três dimensões do coração desta criança iria ajudar-me a planear a cirurgia, que nunca tinha sido feita, e a criar os 'retalhos' necessários, com a forma e as dimensões exatas, para restaurar as suas veias pulmonares defeituosas”, explica Burke, diretor do serviço de cardiologia do hospital, em comunicado.
Com a impressão do modelo 3D, o cirurgião conseguiu estudar aprofundadamente o coração, manipular as veias e explorar possíveis soluções para o problema antes de entrar no bloco operatório.
“A impressão 3D constitui-se como uma nova ajuda no tratamento de situações complexas em que se julga que uma intervenção cirúrgica não é possível. No caso da Adanelie, o modelo 3D proporcionou-nos a oportunidade de criar uma opção cirúrgica para a sua sobrevivência”, realça a pediatra Nancy Dobrolet, que também participou no procedimento.
Graças à cirurgia, o sangue da menina voltou a circular normalmente pelo seu corpo e a criança está, agora, a recuperar da operação no hospital.
Notícia sugerida por Maria Pandina