A toma de um simples comprimido todas as manhãs pode vir a ser suficiente para tratar a diabetes. A conclusão é de um novo estudo norte-americano, que descobriu que um probiótico encontrado no intestino humano pode ajudar a reduzir os níveis elevados
A toma de um simples comprimido todas as manhãs pode vir a ser suficiente para tratar a diabetes. A conclusão é de um novo estudo norte-americano, que descobriu que um probiótico encontrado no intestino humano pode ajudar a reduzir os níveis elevados de açúcar no sangue associados à doença.
Investigadores da Universidade de Cornell, nos EUA, desenvolveram uma estirpe modificada de 'lactobacillus', um probiótico existente em abundância no intestino, capaz de segregar um peptídeo semelhante à glicagina, hormona produzida no pâncreas e nas células do tracto intestinal que aumenta a glicemia (isto é, o nível de glicose no sangue).
No âmbito de um estudo publicado a semana passada na revista científica Diabetes, os cientistas daquela universidade norte-americana administraram oralmente este probiótico a ratos diabéticos durante 90 dias e descobriram que os modelos animais que receberam o composto modificado apresentavam níveis de glicose no sangue 30% inferiores aos dos restantes.
Os investigadores constaram, também, que, com a administração do peptídeo, as células epiteliais da área superior do tracto intestinal se convertiam em células semelhantes às células-beta do pâncreas, que não funcionam em pacientes diabéticos mas que, em indivíduos saudáveis, gerem os níveis de glicose no sangue e segregam insulina conforme necessário para manter o organismo equilibrado.
Embora a investigação seja ainda preliminar, a equipa pretende, agora, testar doses mais elevadas do probiótico para perceber se é possível conseguir um controlo total da doença, revela, em comunicado, John March, principal autor do estudo e professor de Engenharia Biológica e Ambiental da Universidade de Cornell.
Com este tratamento, em ratos diabéticos, “o tempo necessário para a redução dos níveis de glicose depois de uma refeição é o mesmo de que necessitam os ratos saudáveis e está em concordância com a quantidade de glicose no sangue”, tal como estaria num pâncreas com uma atividade normal, explica March.
A solução permite, portanto, basicamente, “transferir o centro de controlo da glicose do pâncreas para a parte superior do intestino”, acrescenta o investigador. Segundo March, no futuro, tomar um comprimido probiótico todas as manhãs poderá chegar para manter a doença sob controlo.
A tecnologia da Universidade de Cornell já foi licenciada pela empresa BioPancreate, subsidiária de uma companhia biofarmacêutica sueca, que está a trabalhar para começar a produzir o peptídeo para uso humano.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz