Saúde

Compostos do mar têm potencial para tratar tumores

Uma equipa de investigadores do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Brasil, tem vindo a descobrir novas substâncias marinhas com potencial para tratar tumores. O resultado das pesquisas foi apresentado
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Uma equipa de investigadores do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Brasil, tem vindo a descobrir novas substâncias marinhas com potencial para tratar tumores. O resultado das pesquisas foi apresentado num workshop sobre a biodiversidade marinha.

Letícia Veras Costa-Lotufo, coordenadora da equipa da UFC, explica que o grande número de predadores e a competição por espaço são algumas ameaças presentes no mundo marinho que fazem com que esses seres desenvolvam um metabolismo secundário muito eficiente, para se defenderem “através da produção de substâncias”.

O grupo de investigadores isolou duas moléculas estauroporinas de uma espécie de ascídia endémica que apresentaram atividades anticancerígenas. Espera-se agora que o isolamento de microrganismos da ascídia permita encontrar os produtores dessas moléculas, para que seja possível produzir os compostos através da fermentação.

A ação anticancerígena foi testada com sucesso em animais e também in vitro. “Os testes mostraram que os compostos atacam preferencialmente as células tumorais”, explica Letícia, citada pela agência Lusa.

Mas os investigadores fizeram mais progressos: da alga Sargassum vulgare, a equipa isolou uma substância capaz de atenuar os efeitos colaterais da quimioterapia, além de potencializar a sua eficácia.

“Os quimioterápicos atacam o sistema imunológico, diminuindo as defesas do organismo. Conseguimos inverter esse efeito mantendo ou até melhorando a atividade antitumoral”, revelou a líder da investigação, ressaltando que até agora só foram realizados testes em animais.

A leucopenia, queda do número de glóbulos brancos provocada pela quimioterapia, foi completamente revertida nesses ensaios e a atividade antitumoral chegou a aumentar cerca de 30%.

Os resultados abrem perspetivas para que a substância seja aplicada como um coadjuvante no tratamento por quimioterapia, sendo que já está em curso o processo de depósito de uma patente para esse produto anticancerígeno e imunoestimulante.

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