Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Emory, Miami, identificou um composto capaz de reduzir os sintomas de stress pós-traumático e mesmo de prevenir o aparecimento do problema após o trauma.
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Emory, Miami, nos EUA, identificou um composto capaz de reduzir os sintomas de stress pós-traumático e mesmo de prevenir o aparecimento do problema após o trauma. Para já a experiência só foi feita com ratos de laboratório, mas, se funcionar igualmente em humanos, a descoberta pode dar origem a eficazes tratamentos na prevenção deste transtorno.
No âmbito da investigação, os cientistas basearam-se em estudos recentes que envolviam casos de militares traumatizados pela guerra no Iraque e que davam conta da influência da administração de morfina no risco de stress pós-traumático.
“À primeira vista, há quem pense que a morfina serve exclusivamente para diminuir a dor. No entanto, nós acreditamos que esta também afeta o processo em como cada um lida com o medo e o trauma”, afirma Kerry Ressler, professor de Psiquiatria e Ciências do Comportamento na Faculdade de Medicina da Universidade de Emory, num comunicado académico.
Inspirados nesta hipótese, os investigadores testaram um composto que desenvolveram, o SR-8993, que consegue “premir um dos botões” do cérebro que são ativados pelos opiáceos como a morfina ou a oxicodona.
“Aquilo que hipotetizámos foi que, em termos de química cerebral, o medo e a ansiedade, nos casos de dependência, estão diretamente relacionados com os sintomas de stress pós-traumático”, declara o co-autor do estudo Thomas Bannister, professor assistente de Medicina Química no Scipps Research Institute, na Flórida.
“O composto SR-8993 estimula um processo natural que ocorre depois do trauma que evita que o medo se torne excessivo e generalizado”, diz Kenny Ressler. Uma outra vantagem deste composto, inicialmente desenvolvido para tratar a dependência de drogas e álcool, é que, segundo os resultados do estudo, não tem quaisquer efeitos narcóticos ou aditivos.
Clique AQUI para aceder ao resumo da investigação publicada esta quarta-feira no jornal Science Translational Medicine.
Notícia sugerida por Carla Neves