"Quando" se come pode ser tão importante como "o que" se come. Um novo estudo sugere que limitar o consumo de calorias a um período de 8 a 12 horas por dia pode ajudar a perder peso e a combater o colesterol e a diabetes.
“Quando” se come pode ser tão importante como “o que” se come. Um novo estudo de investigadores do Salk Institute (EUA) sugere que limitar o consumo de calorias a um período de 8 a 12 horas por dia, como acontecia há um século atrás, pode ajudar a perder peso e a controlar problemas como o colesterol elevado e a diabetes.
Os resultados, publicados este mês no jornal Cell Metabolism, reforçam a teoria de que, para manter uma alimentação saudável, não importa apenas o que comemos mas também quando comemos.
Em 2012, o biólogo molecular Satchidananda Panda já tinha demostrado que ratinhos alimentados com uma dieta alta em gorduras, mas que se alimentavam apenas ao longo de 8 horas por dia, se mantinham mais magros e saudáveis do que outros ratinhos alimentados com a mesma dieta mas que consumiam o alimento ao longo de todo o dia.
O novo estudo do investigador, novamente realizado em animais, vem revelar que a restrição horária, em termos de alimentação, tem efeitos ainda mais profundos no combate a problema como a obesidade ou a diabetes. Os autores demostraram que esta restrição regula e sincroniza a função de uma série de genes.
Neste estudo, a equipa estudou a evolução de 400 ratinhos, desde animais obesos a animais com peso normal, que foram sujeitos a variadas dietas e a diferentes restrições horarias em termos alimentares.
Independentemente do tipo de dieta – nalguns casos com níveis elevados de gordura e sacarose – os ratinhos sujeitos a limitações horárias de 9-12 horas não registaram um aumento de peso. As análises sanguíneas revelaram também que a restrição horária regulou o metabolismo e reforçou a massa muscular dos animais.
O mais interessante é que, dentro do grupo com limitações horárias, os investigadores permitiram que alguns dos animais comessem livremente ao fim de semana, percebendo que estes ratinhos mantinham os resultados positivos. Ou seja, a investigação sugere que estas limitações podem ser cumpridas apenas durante os dias de semana, permitindo ‘evasões’ periódicas, por exemplo ao fim de semana.
Outro dado que impressionou os investigadores foi o facto de os ratinhos obesos, que tinham tido uma alimentação livre, terem conseguido reduzir em 5 por cento o seu peso, após apenas alguns dias de restrição horária, embora consumissem as mesmas calorias.
Em breve, a equipa pretende testar esta estratégia nutritiva em humanos e perceber se, desta forma, é possível criar novas teorias alimentares com impacto positivo na saúde.
“Hoje em dia, o conselho mais comum, ao nível da nutrição, é pedir às pessoas que mudem a sua alimentação, mas isso às vezes é difícil”, conclui o líder do estudo, Satchidananda Panda, acrescentando que, em vez disso, as pessoas podem apostar na restrição horária, obtendo benefícios idênticos.
Notícia sugerida por Maria da Luz
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