Um neurocirurgião norte-americano andou cerca de 10 quilómetros durante uma tempestade de neve no Alabama, EUA, para salvar a vida de um paciente.
Um cirurgião norte-americano andou cerca de 10 quilómetros durante uma tempestade de neve no Alabama, EUA, para salvar a vida de um paciente. Sem acesso a transportes, Zenko Hrynkiw demorou perto de cinco horas até à instituição hospitalar mas, pelo próprio pé, chegou a tempo de realizar com sucesso uma cirurgia de emergência.
Hrynkiw, o único neurocirurgião do Trinity Medical Center, estava a trabalhar num hospital vizinho na manhã da passada terça-feira quando um enfermeiro da unidade de cuidados intensivos neurológicos daquele centro médico lhe telefonou a dar conta de uma emergência, conta o jornal local AL.
Segundo a publicação, o médico tentou conduzir até ao hospital, mas acabou por constatar que a maior parte das estradas estava bloqueada devido à neve. A equipa médica do Trinity Medical Center procurou, em alternativa, conseguir transporte para o cirurgião, mas a tarefa revelou-se impossível.
Foi então que Hrynkiw decidiu andar até ao hospital, percorrendo a pé, sob condições altamente adversas, uma distância de quase 10 quilómetros. “Telefonei-lhe [a dizer que não havia transporte] e ele respondeu-me: vou a pé”, contou o enfermeiro Steve Davis à imprensa regional.
Cerca de cinco horas depois, o cirurgião voltou a telefonar a Davis. “Acabei de chegar. Onde está o paciente?”, questionou, segundo relatou o enfermeiro. À chegada, Hrynkiw falou com a família do paciente, que tinha já sido preparado para a cirurgia, e seguiu diretamente para o bloco operatório.
“Sem a cirurgia, é muito provável que o paciente tivesse morrido”, realçou Davis, que trabalha há 10 anos no Trinity Medical Center mas disse nunca ter visto um caso semelhante, embora não tenha ficado verdadeiramente surpreendido por conhecer a seriedade com que Hrynkiw encara a profissão.
“Ele é muito dedicado. Imediatamente antes de começar a cirurgia eu disse-lhe: 'és um bom homem'. Ele respondeu: 'estou apenas a fazer o meu trabalho'”, concluiu o enfermeiro.