O filme "As 1001 Noites", do português Miguel Gomes, foi o grande vencedor da 62.ª edição do festival australiano Sydney Film Festival (SFF). A trilogia sobressaiu entre os 12 finalistas de todo o mundo a concurso e ganhou prémio de 55.000 euros.
O filme “As 1001 Noites”, do português Miguel Gomes, foi o grande vencedor da 62.ª edição do festival australiano Sydney Film Festival (SFF). A trilogia, que sobressaiu entre os 12 finalistas de todo o mundo a concurso, valeu ao realizador um prémio monetário no valor de aproximadamente 55.000 euros.
Dividida em três partes, a película, com uma duração total de cerca de seis horas, constitui-se como “um retrato vívido do Portugal de hoje”, inspirado pela austeridade e por histórias reais recolhidas por todo o país por um grupo de jornalistas “recrutado” por Miguel Gomes e que foram, posteriormente, ficcionadas.
Considerado “extraordinário” e “singular”, o filme “As Mil e Uma Noites” é descrito, no site oficial do festival australiano, como “um trabalho ambicioso, indignado e recheado de um humor pouco convencional” e como uma “fotografia de um país em dificuldades económicas que vai ecoar muito além das fronteiras de Portugal”.
“[É] um filme de ambição e visão política que confronta, frustra e encanta e que, em última instância, nos recorda que o cinema continua a ser um veículo poderoso para a análise da condição humana”, afirmou Liz Watts, realizadora e presidente do júri do concurso, citada pelo jornal local Sydney Morning Herald.
Segundo Watts, trata-se de um filme “atual”, já que lida com “as medidas extremamente austeras que resultaram na opressão e na exploração em Portugal”.
“['As 1001 Noites'] recorda-nos que a esperança e a resistência são fundamentais para o espírito humano”, disse ainda a australiana, famosa pela realização do filme “O Reino Animal”, de 2010.
Veja o trailer de “As 1001 Noites”, de Miguel Gomes
Em comunicado, Miguel Gomes, que está, neste momento, a participar num festival de cinema na Lapónia, disse estar muito satisfeito com a distinção. “É fácil ser premiado quando conseguimos que o nosso filme seja exibido três vezes”, brincou o realizador.
Nascido em Lisboa em 1972, Miguel Gomes conquistou a crítica internacional com a longa-metragem “Tabu”, que estreou há três anos e somou prémios por todo o mundo.
Entre os trabalhos mais célebres do cineasta, formado na Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa, está, por exemplo, o filme “Aquele querido mês de Agosto”, uma coprodução portuguesa e francesa de 2008.
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Notícia sugerida por Maria da Luz