Um projeto português transformou uma simples quinta num espaço único, onde a lavanda é o conceito base e tudo o resto se desenvolve à sua volta.
Há mares de lavanda a crescer no Alto Alentejo. Estêvão de Moura e Teresa Tomé deixaram Lisboa para trás e compraram uma quinta em Castelo de Vide com cinco hectares onde nasceu a primeria plantação de lavanda do país. Qualquer pessoa pode visitar este espaço e conhecer os produtos feitos a partir da lavanda.
Por Gisela Gomes
Numa propriedade de cinco hectares, “o conceito da
Quinta das Lavandas é constituído por três vertentes: os campos de lavanda, compostos por duas variedades de lavanda, a destilaria com o alambique, onde 90 porcento das flores são usadas para fazer óleos essenciais, e uma terceira vertente de turismo rural.”
O projeto começou com a plantação de lavanda, a primeira de Portugal. O espaço que Teresa e Estêvão compraram, em 2011, tinha apenas “alguns olivais” que foram aproveitados e um edifício velho que foi “totalmente renovado”.
Teresa e Estêvão pesquisaram e testaram para confirmar se era possível plantar lavanda em Portugal. O terreno acolheu com sucesso a plantação e assim nasceu “a destilaria de óleos essenciais e um lagar para o azeite”.
Quem quiser pode fazer uma visita guiada à plantação e caminhar entre as flores lilases da lavanda. Teresa conta ao Boas Notícias que, desde Maio, a Quinta já recebeu “mais de 500 visitantes” e esperam receber muitos mais até Setembro, altura em que terminam as visitas.
Por sete euros é possível fazer uma visita guiada à plantação e conhecer os produtos produzidos na quinta
É possível também visitar a destilaria e observar o processo de produção dos óleos e dos sabonetes “biológicos e certificados” e com propriedades calmantes. Também são produzidos sacos com cheiro, mel de lavanda e artesanato. A maior parte dos produtos são vendidos a visitantes e turistas, mas alguns também são exportados para lojas em Lisboa.
Além da exploração da lavanda, o casal apostou numa oferta de turismo rural. O espaço só tem sete quartos e Teresa afirma que não há “desejo de expandir”, mas sim o desejo de “melhorar sem crescer”.
Com tudo isto a funcionar ao mesmo tempo, gerir a Quinta das Lavandas não é tarefa fácil. Quando estava em Lisboa, Teresa era gestora de consultoras de informação e Estêvão gestor de empresas e professor universitário. Agora fazem "a gestão da própria empresa” e de “todas as tarefas da quinta”.
Com 60 anos, Teresa brinca que este “não é o caminho para a reforma”, mas é sem dúvida um projeto gratificante. “Fazemos aquilo que nos dá prazer e sentimos-nos bem a receber pessoas e partilhar o que gostamos com os outros”, conclui.
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