Uma nova partícula subatómica "coerente" com o bosão de Higgs, a chamada "partícula de Deus", que confere ordem e massa ao universo, foi descoberta por cientistas internacionais, sendo agora necessárias verificações para confirmar a informação.
Uma nova partícula subatómica “coerente” com o bosão de Higgs, a chamada “partícula de Deus”, que confere ordem e massa ao universo, foi descoberta por cientistas internacionais. O anúncio foi feito pelo Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) que sublinha, no entanto, que ainda são necessárias verificações para confirmar a informação.
“Superámos uma nova etapa na nossa compreensão da natureza”, afirmou Rolf Heuer, diretor geral do CERN, em comunicado. “Esta partícula permitirá descobrir outros mistérios do nosso Universo”, acrescentou o responsável.
Embora não tenha sido, até agora, garantido que esta seja a partícula em questão, os especialistas consideram esta descoberta histórica, uma vez que o bosão de Higgs tem sido procurado há cerca de quarenta anos.
Isto porque a partícula subatómica é considerada pelos físicos a chave para entender a estrutura fundamental da matéria, por atribuir massa a todas as demais segundo a teoria conhecida como “modelo padrão”, uma espécie de manual de instruções que descreve a forma como as partículas e as forças interagem.
Segundo Heuer, “a descoberta de uma partícula cujas caraterísticas são coerentes com as do bosão de Higgs abre o caminho para estudos mais profundos que necessitarão de mais estatísticas para estabelecer as suas propriedades”.
A investigação está a decorrer no Grande Colisionador de Hadrões (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo localizado na sede do CERN, em Genebra, na Suíça. Trata-se de um túnel de 27 quilómetros de circunferência, instalado a 100 metros de profundidade, onde os físicos provocam o choque de biliões de protões com a esperança de encontrar o rasto do bosão.
A história do bosão de Higgs começou em 1964, quando o físico britânico Peter Higgs, com os seus colegas Robert Brout e François Englert, postulou, por dedução, a sua existência – que os cientistas continuam a tentar comprovar.
Peter Higgs, atualmente com 83 anos, mostrou-se muito feliz com o anúncio da descoberta. “Estou estupefacto com a incrível velocidade com que os resultados foram obtidos”, afirmou, em comunicado divulgado pela Universidade de Edimburgo, na Escócia.
“Nunca pensei assistir a algo assim em vida e vou pedir à minha família que coloque o champanhe no congelador”, completou o cientista que, à data da revelação, se encontrava, precisamente, em Genebra, no seminário do CERN.
Clique AQUI para aceder ao comunicado do CERN (em inglês).
[Notícia sugerida por Sofia Baptista]