Para separar a ureia da urina, os cientistas servem-se de um elétrodo de baixo custo, que faz com que a reação química aconteça espontaneamente. Segundo a revista britânica New Scientist, os detalhes técnicos deste elétrodo são por enquanto secretos.
Sendo que a ureia representa cerca de 2% da urina, cada adulto está apto a produzir, anualmente, urina suficiente para um automóvel andar 2700 quilómetros, calcula Shanwen Tao, o coordenador deste projeto científico pioneiro.
E se esta investigação pode levantar algumas dúvidas, a verdade é que já existe na Europa e na Ásia uma rede de mais de seis mil estações de serviço que vendem combustível com 32,5% de ureia para abastecer camiões e autocarros a diesel, no âmbito de um diretiva europeia que entrou em vigor em 2006, destinada a minimizar o impacto ambiental da combustão do diesel.
Isto significa, então, que “a infraestrutura já está montada”, salienta Shanwen Tao.
A nova tecnologia poderá vir a ter uma grande diversidade de aplicações, já que a urina é um dos resíduos mais abundantes no planeta – os quase sete mil milhões de habitantes do planeta produzem dez mil milhões de litros por dia. Se adicionarmos a produção dos animais criados pela indústria pecuária, este número é várias vezes superior.
Contudo, um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento deste projeto é a depuração da urina nas estações de tratamento de esgotos, um processo que exige um grande investimento e que consome muita energia.
[Notícia sugerida pela utilizadora Elsa Martins]