Ciência

Cientistas induzem sono sem medicamentos

Um grupo de cientistas norte-americano descobriu uma forma de induzir o sono profundo sem recurso a medicamentos. A investigação realizada em ratinhos foi divulgada, em Agosto, no jornal Nature Neuroscience.
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Um grupo de cientistas norte-americano descobriu uma forma de induzir o sono profundo sem recurso a medicamentos. A investigação realizada em ratinhos foi divulgada, em Agosto, no jornal Nature Neuroscience.

A investigação feita pela Harvard School of Medicine (HSM) e pela Buffalo School of Medicine and Biomedical Sciences (BSMBS) revelou a existência de um circuito localizado no tronco cerebral primitivo que é responsável pelo sono profundo.

 
Publicado na revista Nature Neuroscience, na edição de Agosto, o estudo demonstra que metade de toda atividade de promoção do sono tem origem na zona parafacial (ZP) do tronco cerebral. 
 
Esta zona representa uma grande parte da matéria cerebral e regula as funções básicas necessárias para a sobrevivência, como a respiração, a pressão arterial, a frequência cardíaca e a temperatura corporal.
 
A equipa de cientistas descobriu que há um tipo de neurónio específico na ZP – aquele que produz o ácido gama-aminobutírico (GABA) – que é responsável pelo sono profundo. Os investigadores utilizaram um conjunto de ferramentas inovadoras que lhes permite ligar e desligar estes neurónios com precisão.
 
Até agora, era habitual usar a 'estimulação elétrica' com elétrodos para ativar as regiões do cérebro, mas isso estimula também todas as zonas circundantes. 

A precisão agora conseguida é obtida através da introdução de um vírus na ZP que cria um falso recetor que adere apenas aos neurónios que produzem GABA, mantendo as outras funções cerebrais inalteradas.

 
Segundo Patrick Fuller, professor assistente na Universidade de Harvard e autor do estudo, “quando ligámos os neurónios produtores de GABA na ZP [através desta técnica do vírus], os ratinhos caíram rapidamente num sono profundo, sem o uso de sedativos ou soporíferos”.
 
A longo prazo, esta funcionalidade pode ajudar a desenvolver nova medicação para o tratamento de doenças do sono, incluindo insónia, e de novos analgésicos. 
 
“Agora podemos responder a questões fundamentais do funcionamento do cérebro, que têm estado fora do nosso alcance, incluindo o 'porquê' do sono, que é um dos mistérios mais duradores da neurociência”, afirma Caroline Bass, professora assistente de Farmacologia e Toxicologia na BSMBS e co-autora do estudo.

Clique AQUI para ler o comunicado (em inglês).

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