Um dos poços que estão a ser escavados para retirar os 33 mineiros retidos há dois meses numa mina no Chile conseguiu atingir o local onde os homens se encontram. O governo chileno confirmou o sucesso na escavação mas salienta que ainda há muito trab
[Foto © AFP] Um dos poços que estão a ser escavados para retirar os 33 mineiros retidos há dois meses numa mina no Chile conseguiu atingir o local onde os homens se encontram. A empresa responsável pela perfuração já anunciou que as paredes do túnel estão em bom estado, pelo que o resgate deverá avançar na próxima terça-feira.
O túnel que estava a ser escavado no Chile, pela perfuradora mais rápida, chegou às 8:02 (12:02 em Lisboa) ao refúgio onde se encontram os 33 mineiros, soterrados desde o passado dia 5 de Agosto. O momento foi assinalado pelos mineiros com o som de uma sirene que provocou o entusiasmo das centenas de pessoas, entre equipas de socorro, autoridades e familiares.
O poço de 622 metros que hoje alcançou a câmara da mina chilena está “em muito bom estado” e só deverá precisar de ser revestido a aço numa pequena parte, indicou a empresa responsável pela perfuração.
“Podemos ver através da câmara que o poço está em muito bom estado, a rocha é muito, muito dura”, disse à televisão pública TVN Pedro Buttazzoni, presidente da empresa Geotec, responsável pelos trabalhos de perfuração na mina de São José (norte do Chile).
O estado das paredes do poço de salvamento é decisivo determinar a data da operação de resgate, na medida em que é preciso decidir se as paredes precisam de ser total ou parcialmente reforçadas com tubos de aço.
Retirada na terça-feira
A retirada dos mineiros, que só deverá iniciar-se na terça-feira, será feita através de uma cápsula içada pelo poço por uma grua colocada na superfície.
Dado que o estado das paredes é bom, a empresa vai proceder ao revestimento do poço em “70 metros, qualquer coisa assim”, acrescentou o responsável, adiantando que caberá depois às autoridades responsáveis pela operação de resgate decidir se é necessário mais.
As famílias festejaram a chegada da perfuradora, uma das três que se encontra no local, ao refúgio e não arredam pés do local, no acampamento ao qual deram o nome simbólico de “Esperanza”. “É uma sensação muito forte”, dizia um dos familiares Gaston Henriquez, acrescentando que imagina “o que deve sentir” o seu irmão, “lá em baixo”.