por redação
Irá nascer um centro internacional para a água em Portugal com o apoio de todos os setores.
“A ideia é criar, em Lisboa, em Portugal, um centro internacional dedicado às questões da água, o Lisbon International Centre for Water [Centro Internacional da Água de Lisboa], com o objetivo de desenvolver, numa rede internacional extensa, o melhor conhecimento existente no setor dos recursos hídricos e dos serviços de águas e passá-lo”, disse à agência Lusa o coordenador do projeto.
O investigador coordenador no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Jaime Melo Baptista, salientou a importância de apoiar novas soluções técnicas, serviços ou produtos que possam contribuir para capacitar os responsáveis e profissionais e que consigam obter mais eficiência na utilização de um recurso decisivo para que a pobreza seja reduzida e que a saúde desenvolva.
Através do programa Teaming, que apoia a criação de centros de excelência, o projeto promovido pelo LNEC conseguiu financiamento europeu e “até ao final do ano vai estar pronto a funcionar”, expôs o especialista nesta área.
“Pretende passar o conhecimento sobre o setor da água em Portugal, na Europa e no mundo, para os decisores políticos, técnicos e empresariais, para que tomem melhores decisões, mas também para os profissionais da área da água, portugueses e estrangeiros, através de mecanismos de capacitação não tradicionais”.
Diferente de tudo o que existe na área, o novo centro, segundo Melo Baptista, liga investigação a laboratórios já existentes, com a aplicação dos resultados obtidos como incentivar o desenvolvimento de start-ups.
Este centro conta com o apoio do ministério do Ambiente, Economia, Infra estruturas e Ciência, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia, alguns operadores do setor e Águas de Portugal, entidades privadas e municípios.
Tem também o apoio de associações do setor, como a Parceria Portuguesa para a Água, a Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Água (APDA), a Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais (APEMETA), a Direção Geral do Consumidor, a Deco, a Direção Geral de Saúde e universidades portuguesas. A UNESCO, Associação Internacional da Água e várias universidades estrangeiras juntam-se as entidades nacionais.
“Os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, em que a água é uma das 17 prioridades e cruza com praticamente todas as outras, sendo decisiva para reduzir a pobreza, melhorar a saúde e o desenvolvimento” explica Melo Baptista, que foi presidente da Entidade Reguladora dos Serviços da Água e Resíduos (ERSAR).
O coordenador do projeto diz que “a eficiência dos serviços é um tema imenso, mas também temos as alterações climáticas, a gestão de recursos, a componente social ou o desenvolvimento de tecnologias inovadoras”.