Os vendedores, nas ruas, já trocaram os carros refrigerados pelos assadores e fogareiros, sinal de que o calor já lá vai e por esta altura, para aquecer, o melhor é mesmo um cartucho de castanhas quentinhas. Mas há inúmeras maneiras de comer este fru
Os vendedores, nas ruas, já trocaram os carros refrigerados pelos assadores e fogareiros, sinal de que o calor já lá vai e por esta altura, para aquecer, o melhor é mesmo um cartucho de castanhas quentinhas. Mas há inúmeras maneiras de comer este fruto que teve, durante séculos, um papel mais importante do que a batata na alimentação europeia. Agora que estamos em pleno Outono, época de excelência para este fruto seco, é altura de aproveitar.Oriundas da Ásia menor, Balcãs e Cáucaso, as castanhas sempre tiveram grande protagonismo na gastronomia europeia, particularmente nos países do sul, onde foi introduzida há mais de três mil anos. Cozinhada nos mosteiros e abadias por monges e freiras que as usavam nas suas receitas, chega a Portugal por altura da Revolução Francesa.
Muito popular entre todos, a castanha mostrou-se o substituto por excelência do pão quando este escasseava no Inverno. Eram consumidas cozidas, assadas ou em farinha, servindo de produto básico da alimentação em especial para os Beirões e Transmontanos que as consumiam em vez da batata, conforme refere a obra “Castanea – Uma Dádiva dos Deuses”, de Jorge Lage.
As castanhas que comemos surgem de uma semente que cresce no interior de um ouriço, o fruto do castanheiro. Embora seja uma semente como as nozes, tem muito menos gordura e muito mais amido, um hidrato de carbono (cerca do dobro das batatas).
São também ricas em vitaminas C e B6 e uma boa fonte potássio. Têm assim um alto valor nutritivo e energético.mas também explosivo. Como têm bastante água, quando aquecidas essa água passa a vapor. Durante a confecção a pressão do vapor vai aumentado e “empurrando” a casca – se não levar o típico golpe, para aliviar essa pressão, pode explodir.
Em diversas regiões, as castanhas são motivo para o típico Magusto, celebrado em novembro, onde se faz uma fogueira para assar as castanhas e acompanhá-las com jeropiga, água-pé ou vinho novo, a castanha faz ainda parte da cultura popular com ditos, lengalengas, canções, quadras e contos, sobretudo no Nordeste Transmontano.
Por isso, este outono não se preocupe com as calorias e aproveite para saborear umas boas castanhas. O Boas Notícias deixa-lhe aqui duas receitas originais para experimentar as castanhas de uma maneira diferente.
Sopa de miso e castanhas
Ingredientes [4 pessoas, 365 calorias dose]:
1 cebola pequena
1 colher sopa de azeite
0,5 l de água e 250 de castanhas peladas
Sal e pimenta
20 gr de algas Kombu
1 colher sopa de miso
Preparação:
Comece por alourar a cebola picada no azeite. A seguir adicione a água a ferver e as castanhas e tempere com sal e pimenta. Deixe cozer bem e triture com uma varinha mágica até obter um creme.
Demolhe as algas em água fria durante 20 minutos e corte aos pedaços pequenos. No fim, guarneça a sopa com as algas e junte o miso mexendo bem. Está pronto a servir.
Pudim de Castanhas
Ingredientes [6/8 pessoas, 307 calorias dose]:
1 L de leite (pode ser de soja)
250 gr de puré de castanhas
250 gr de açúcar amarelo
8 folhas de gelatina incolor
mistura de frutos secos (para decoração)
Preparação:
Misture numa panela o leite , o puré de castanhas, o açúcar e as folhas de gelatina (depois de demolhadas em água fria e espremidas). Leve ao lume e deixe ferver durante 3 minutos.
Retire do calor e verta numa forma de chaminé com 23 cm de diâmetros. Deixe arrefecer e leve ao frigorifico até solidificar.
Para desenformar, mergulhe a forma em àgua quente. Decore com os frutos secos ou migalhas de castanha cozida.