Jack Andraka criou um sensor feito de papel que consegue detetar tumores malignos em apenas cinco minutos. O dianóstico apresenta uma escala de 90% de sucesso na deteção da doença.
Jack Andraka criou, em 2012, um sensor feito de papel que consegue detetar tumores cancerígenos em apenas cinco minutos. O sistema inovador deste jovem norte-americano tem um custo simbólico e poderá revolucionar os mecanismos de diagnóstico promovendo um tratamento precoce da doença.
Este método de diagnóstico é 168 vezes mais rápido do que os testes comuns, 26.000 vezes mais barato, 400 vezes mais sensível à deteção da doença e apresenta uma escala de 90% de sucesso no diagnóstico de doenças cancerígenas.
A investigação foi desenvolvida na Universidade John Hopkins (JHU, sigla em inglês), na cidade norte-americano de Baltimore, depois de Jack Andraka, que tem apenas 15 anos, ter sido vencedor do prémio científico internacional Intel 2012 ISEF. O sucesso do projeto já garantiu ao rapaz vários prémios nacionais e internacionais que elogiaram o seu pioneirismo.
Segundo a JHU, “o dispositivo de diagnóstico pode ser alterado para detetar uma diversidade de outras proteínas como aquelas que são apresentadas por micro-organismos que contaminam a água potável, vírus latentes e células humanas anormais”. “Muitas vidas vão ser melhoradas”, destacou a instituição de ensino no seu site oficial.
Jovem foi motivado por doença de amigo
O vontade de melhorar as atuais formas de tratamento de cancro surgiu após Jack Andraka presenciar a fase de doença e o falecimento de um amigo próximo. “Interroguei-me sobre como é possível alguém passar de uma pessoa saudável para um doente terminal em apenas três meses”, explicou numa conferência de TED Talk.
Jack Andraka pesquisou sobre os atuais sistemas de diagnóstico e os níveis de morte associados às doenças cancerígenas, tendo descoberto que 85 por cento das pessoas morrem devido a um diagnóstico tardio e que os avanços mais recentes em técnicas de diagnóstico tinham 60 anos. “É mais velho do que o meu pai”, comparou o rapaz.
O jovem começou por projetar um plano de investigação para construir um mecanismo que fosse simples, rápido, não-evasivo, sensível, seletivo e económico. O culminar da sua descoberta deu-se durante uma aula de biologia de ensino secundário após associar o trabalho conjunto dos nanotubos e dos anticorpos que deteta a existência de tumores malignos.
Durante a conferência de TED Talk, Jack Andraka explicou que a sua invenção foi criada com a ajuda de “muito trabalho e de bons valores”, destacando que “todas as pessoas podem mudar o mundo” se dedicarem o seu tempo nesse sentido. “A base da minha pesquisa foi simplesmente o Google e a Wikipédia. Não é necessário ser um professor reconhecido para vermos as nossas ideias valorizadas”, realçou.
Revista Forbes elogiou um “rapaz brilhante”
A revista norte-americana Forbes dedicou um artigo a Jack Andraka e entrevistou os pais deste jovem investigador. O artigo intitulado “A genialidade de criar filhos brilhantes” revela o incentivo de Steve e Jane Andraka que criaram um rapaz com base numa educação independente e sem barreiras, apoiando-o nos seus projetos, “mesmo os que pareciam impossíveis”.
“É preciso ensinar aos nossos filhos que a maioria das oportunidades está disfarçada e que a inovação vem do descontentamento”, explicaram os país de Jack Andraka. “O sucesso precisa de ser um objetivo conjunto e compartilhado entre a família. O sucesso traz confiança e o apoio significa tudo”.