Menos poluição, solos mais férteis e mais emprego. A Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis (APPB) acaba de lançar uma campanha que pretende divulgar as vantagens ambientais e económicas do biodiesel.
Menos poluição, solos mais férteis e mais emprego. A Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis (APPB) acaba de lançar uma campanha que pretende divulgar as vantagens ambientais e económicas da produção e utilização do biodiesel em Portugal.
por Patrícia Maia
Até 2020, a União Europeia quer que pelo menos 10% do gasóleo vendido no território europeu tenha biodiesel incorporado. No nosso país, essa percentagem é de apenas 7%, pelo que ainda há espaço para esta indústria crescer, até porque, “a maior parte dos veículos está preparada para funcionar com percentagens superiores de biodiesel, nalguns casos de 20 a 30%”, explica ao Boas Notícias o presidente da APPB, João Rodrigues.
“As fábricas em Portugal têm uma capacidade de produção instalada de 690 mil toneladas de biodiesel” por ano mas, atualmente, a meta fica a menos de 60 por cento da capacidade total. Ou seja, a produção anual ronda as 390 mil toneladas. No entanto, “se houver vontade das autoridades é possível subir a percentagem de biodiesel no gasóleo”, garante João Rodrigues.
A campanha da APPB, intitulada “Se não há petróleo em Portugal, planta-se”, quer reforçar a importância desta aposta nacional tendo em conta os inúmeros benefícios que a produção de biodiesel traz para o ambiente e para a economia.
Menos desperdício e solos mais férteis
“A incorporação de biodiesel no gasóleo permite reduzir as emissões de gases poluentes para a atmosfera e traz vantagens para os veículos já que permite aumentar a vida útil dos motores, com melhor desempenho, melhor lubrificação e limpeza”, explica João Rodrigues.
Os produtores de biodiesel da APPB – a Iberol, a Fábrica Torrejana, a PRIO (Grupo Martifer), a Biovegetal (Grupo SGC) e a Sovena – utilizam a soja e a colza para produzir combustível biológico. Isto porque estas oleaginosas “não competem diretamente com a alimentação humana” e “são utilizadas essencialmente para a produção de rações animais”. As fábricas de biodiesel podem, assim, reaproveitar este óleos que, “até ao aparecimento dos biocombustíveis, eram desperdiçados”.
Por outro lado, do ponto de vista agrícola, a plantação de soja e colza beneficia os solos, porque fornece azoto, evitando o recurso a fertilizantes químicos. “No caso de Portugal, é uma excelente solução para aproveitar terras abandonadas, ajudando a combater em simultâneo a desertificação e o desemprego”, sublinha o responsável da APPB.
Novos postos de trabalho
João Rodrigues conclui sublinhando que o nosso país importa, todos os anos, “350 milhões de euros de soja ou colza para produção do biodiesel” e “essas importações poderiam ser substituídas aumentando a riqueza do país e promovendo a criação de novos postos de trabalho”.
Ainda que, em Portugal, o biodiesel custe mais do que noutros países, já que está sujeito ao imposto sobre produtos petrolíferos (na Alemanha e em França, por exemplo, está isento), o presidente da APPB não tem dúvidas que o custo da incorporação deste combustível biológico é “pequeno face aos benefícios”.
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